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Um teste mais eficaz para identificar soja

OESP, Vida, p.A15
26 de Nov de 2004

Um teste mais eficaz para identificar soja
Em dois minutos, método da Unicamp diferencia a transgênica da natural
Silvana Guaiume
Um novo método desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) permite diferenciar, com maior rapidez e confiabilidade, sementes de soja natural, transgênica, orgânica ou nativa. Bastam uma ou duas sementes para completar o teste, que demora menos de dois minutos. Ao contrário de outros métodos disponíveis, o desenvolvido na Unicamp promete total segurança no resultado.
"Não há a possibilidade de falha", garante o pesquisador e aluno de pós-doutorado Rodrigo Ramos Catharino. Segundo ele, os outros testes, por biologia molecular ou seqüência genética, podem indicar o que ele chama de falso positivo, caso ocorra mistura das sementes com outros cultivos.
Catharino explica que a rapidez é a principal vantagem do novo método. A técnica despertou interesses. Produtores de algodão e milho entraram em contato com os pesquisadores solicitando que a identificação seja estendida a essas espécies. A Monsanto também enviou amostras à Unicamp para identificar bancos de variedades que pertencem à empresa. Catharino defende que o método dará maiores garantias a consumidores e agricultores sobre o produto que estão adquirindo.
Para fazer o teste, a amostra da semente é triturada, misturada a água e álcool. A mistura vai, então, para uma centrífuga simples por um minuto. O material não decantado é injetado em um espectrômetro de massas, que identifica a estrutura molecular da amostra. Os quatro diferentes tipos de sementes - natural, transgênico, orgânico ou nativo - têm estruturas moleculares distintas.
O método não foi patenteado por causa da sua simplicidade. Mas o pesquisador comenta que o grupo pretende solicitar credenciamento junto aos Ministérios da Agricultura e da Saúde para proceder as análises e implantar o sistema em laboratórios.
O trabalho foi desenvolvido por Catharino, Marcos Nogueira Eberlin e Leonardo Silva Santos. A equipe se debruça agora sobre outro desafio, avaliar a qualidade das sementes de soja.

OESP, 26/11/2004, p. A15

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