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Um patrimônio ameaçado

OESP, Metrópole, p. C5
Autor: RIBEIRO, MALU
05 de Fev de 2012

Um Patrimônio ameaçado
Reserva da Biosfera, área deve ser protegida pela legislação

MALU RIBEIRO

A Serra do Japi recebeu título de Reserva da Biosfera da Unesco, reconhecimento dado a áreas que conservam remanescentes florestais que auxiliam na manutenção da biodiversidade e qualidade de vida das populações. Suas características naturais têm grande potencial para evitar e enfrentar problemas relacionados á escassez de água, efeito estufa, poluição atmosférica e manutenção do clima.
Para merecer e manter o título de Reserva da Biosfera, é preciso que a área conte com legislação o que garanta sua efetiva proteção e a relação harmoniosa da sociedade com esses patrimônios, por meio de atividades sustentáveis e políticas públicas positivas.
Mas todo esse patrimônio que abriga nascentes de água de mananciais que abastecem Jundiaí, Cabreúva, Indaiatuba, Cajamar, Itupeva, Itu e Salto, cidades localizadas em uma região de grave tensão hídrica, está ameaçando pela forte pressão imobiliária. Existe uma crescente busca por condomínios residenciais que vendem "qualidade de vida, tranquilidade e a paisagem da Serra do Japi" como atrativos para um mercado em franco crescimento.
Empreendimentos de grande porte fazem brotar condomínios que vão isolando e fragilizando a Mata Atlântica dessa Unidade de Conservação que ainda contém corredores ecológicos entre as Serras do Japi, Guaxatuva, Guaxinduva e Cristais, responsáveis pela riqueza genética dessa floresta, onde foram catalogadas mais de 300 espécies arbóreas e uma rica fauna, cercada pelas cidades e estradas.
A sociedade da região e as autoridades precisam acordar e se unir para evitar retrocessos. Se essa legislação ambiental for fragilizada e fragmentada para atender a interesses setoriais, econômicos e imediatistas, a Serra do Japi também poderá sofrer uma degradação acelerada.

OESP, 05/02/2012, Metrópole, p. C5

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