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Um olhar sobre a COP 10

FSP, Opinião, p. A2
Autor: YOUNG, Ricardo
25 de Out de 2010

Um olhar sobre a COP 10

Ricardo Young

De 18 a 29 de outubro, líderes políticos, cientistas, ONGs e empresários de 193 países estarão reunidos em Nagoya, no Japão, para discutir os rumos da preservação da biodiversidade no planeta, na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 10).
Temas complexos e alguns de difícil acordo entre as nações estão na pauta. Há dois grupos de trabalho discutindo estes temas.
Um deles aborda a questão das águas continentais e das montanhas; o outro revisa as metas estabelecidas para 2010 e debate o plano estratégico 2011-2020. A ideia é zerar a perda da biodiversidade até o ano de 2020.
Um ponto delicado deste plano estratégico será estabelecer o acordo sobre acesso e repartição dos benefícios dos recursos genéticos da biodiversidade (conhecido como "Protocolo de ABS"), bem como sobre a mobilização dos investimentos necessários para a execução deste plano estratégico.
O que se busca em Nagoya, no fim das contas, é um plano justo e igualitário de repartição de benefícios dos recursos genéticos que garanta, em última instância, a preservação da vida neste planeta.
Preservar a diversidade biológica significa garantir a manutenção não só de sistemas imprescindíveis para a nossa sobrevivência, mas que são também o maior patrimônio de conhecimento e de cultura a que o ser humano pode ter acesso.
A natureza não deixa de ser um grande laboratório de bilhões de anos de idade, que já solucionou outros milhões de problemas sem criar e perder nada, mas transformando tudo (como diria Lavoisier).
Nós com nossa ciência mal conseguimos desvendar algumas destas soluções e copiá-las para resolver problemas. Desde o século 17, a natureza tem sido considerada um obstáculo ao progresso do ser humano, considerado o "centro" da civilização. Esta concepção levou à destruição em massa de várias formas de vida na Terra, pondo em risco, agora, a própria sobrevivência da humanidade.
A nova civilização que precisa ser erguida tem de ser a civilização do "cuidado" -com o ambiente, com as pessoas e com a vida, no sentido mais amplo. Os valores norteadores desta empreitada estão contidos na Carta da Terra, uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica (www.cartadaterra.org.br).
Neste momento em que é urgente mudar a maneira de pensar e viver, a Carta da Terra nos desafia a rever nossos valores e a buscar um caminho melhor para a nossa existência. O desafio é também seu, leitor ou leitora.

FSP, 25/10/2010, Opinião, p. A2

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2510201006.htm

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