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UE quer uma 2ª geração de biocombustível

OESP, Economia, p. B8
09 de Mar de 2006

UE quer uma 2ª geração de biocombustível
Bloco aprova 68 milhões para que pesquisadores estudem a questão

Jamil Chade

A União Européia aprovou ontem um orçamento de 68 milhões para que pesquisadores europeus estudem uma "segunda geração" de biocombustíveis. O objetivo é o de encontrar um produto que seja mais adequado tecnologicamente que o etanol e com impactos ambientais menores que a plantação de cana-de-açúcar.
"Embora o biodiesel e o etanol estejam entrando no mercado numa escala cada vez maior, seu uso generalizado vai levantar problemas em relação ao meio ambiente e à tecnologia", afirmou a UE em comunicado. Ela está elaborando uma nova estratégia energética para a Europa.
A segunda geração de biocombustíveis seria feita a partir de uma síntese de biomassa em laboratório. Segundo a UE, esse processo garantiria a qualidade necessária para um combustível, além de um maior padrão ambiental.
Com os recursos liberados ontem, os cientistas iniciarão estudos e um dos projetos será escolhido para ser testado. A EU avaliará o produto com base nos custos, emissões de gás e eficiência energética.
A EU também optou ontem por iniciar um estudo sobre quais são as barreiras para a ampliação do uso da biomassa como combustível, seja nas indústrias, no setor energético ou nos transportes.
Bruxelas quer que 5,75% do mercado de energia do bloco venha do biocombustível até 2010. Para 2020, a meta é 20%. Muitos países, porém, ainda resistem em pôr em andamento seus programas de incentivo para o uso do biocombustível.
Apesar de todos os planos, os compromissos políticos até agora não foram transformado em ações. A estratégia anterior da UE, formulada há cinco anos, era a de conseguir que, até 2005, 2% da energia no continente fosse gerada pelo etanol. Mas muitos países sequer têm um plano ainda de como farão isso.
No ano passado, a Comissão Européia, órgão executivo da UE, chegou a ser obrigada a abrir processos contra sete países que não seguiram suas recomendações e estabeleceram metas abaixo do proposta pela UE para o uso do etanol.
Em 2004, quem mais produziu o biocombustível foi a Espanha, com 194 mil toneladas de etanol.
Mas segundo os analistas, essas são taxas ainda muito baixas e inferiores à média mundial. Hoje, cerca de 10% dos combustíveis no mundo são feitos a partir da biomassa, mas o Brasil e os Estados Unidos são os grandes responsáveis por essas taxas.
Diante da baixa adesão dos países europeus, a Comissão Européia estuda a possibilidade de transformar o uso do biocombustível em obrigatório, e não apenas uma recomendação.

OESP, 09/03/2006, Economia, p. B8

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