VOLTAR

Tuxaua pede quebra-molas na BR-174

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Andrezza Trajano
03 de Jul de 2009

Preocupado com os constantes registros de acidente de trânsito na região, o tuxaua Miracélio Peixoto, 43, da comunidade do Entroncamento, a 170 quilômetros de Boa Vista, pede às autoridades a construção de dois quebra-molas na BR-174, próximo ao vilarejo. Um índio de 62 anos morreu atropelado no último fim de semana. Na comunidade vivem 16 famílias da etnia Macuxi.

De acordo com Peixoto, em feriados e finais de semana os motoristas que partem de Boa Vista em direção a Venezuela e vice-versa, não respeitam os limites da legislação de trânsito e colocam em risco a vida dos indígenas que vivem próximos à rodovia.

No sábado passado, o índio Hélio de Pinho, 62, entrou para as estatísticas da imprudência. Foi atropelado quando tentava atravessar a estrada em direção a sua casa. Morreu na frente dos cinco filhos e de dezenas de amigos. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Peixoto lembrou que os dois redutores de velocidade existentes próximos à comunidade Sorocaima I, distante alguns quilômetros do Entroncamento, só foram construídos depois que duas meninas foram atropeladas.

Os índios teriam feito buracos na BR-174, para forçar a construção de quebra-molas, diante da demora do poder público em construir as lombadas.

Integrantes da Comunidade Sorocaima II também teriam cobrado das autoridades competentes a construção de redutores de velocidade, após a morte de uma menina de 8 anos, atropelada quando descia de um ônibus escolar.

Ele ameaçou agir como os índios de Sorocaima I, se as autoridades não agirem rápido. "Nossa comunidade está em perigo. Vou chamar os 'parentes' e juntos vamos cortar a rodovia", avisou.

Anteontem Peixoto pretendia entregar um abaixo-assinado ao governador Anchieta Júnior (PSDB) solicitando providências. O documento contém 75 assinaturas.

DNIT diz que não foi comunicado oficialmente do problema

De acordo com o supervisor da unidade local do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Pedro Christ, a instituição não foi notificada da demanda dos indígenas do Entroncamento. Afirmou que assim que tomar conhecimento oficial do assunto, encaminhará o pleito a instâncias superiores.

Entretanto, explicou que o Dnit não constrói mais quebra-molas e sim, implanta lombadas eletrônicas que registram excesso de velocidade. Conforme ele, para a comunidade de Sorocaima II indicou a implantação da lombada eletrônica em atendimento ao pedido dos índios, mas adiantou que não tem previsão de quando o equipamento será instalado.

No caso da comunidade do Entroncamento, Christ disse que vai esperar a documentação chegar para dar início ao estudo da sinalização mais indicada para aquela localidade.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.