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Três câmaras municipais se solidarizam com movimento

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
09 de Jan de 2004

Os presidentes das câmaras municipais de Boa Vista, São João da Baliza e Mucajaí resolveram estender faixas na sacada das Casas legislativas em sinal de solidariedade ao movimento desencadeado pelos produtores rurais e indígenas contrários à homologação da área indígena Raposa/Serra do Sol.

A vereadora Lourdes Pinheiro (PSB), presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, disse que esse é "o momento para mostrar ao mundo que somos Brasil". Ela disse que se não for feito algo agora, ficará difícil recuperar a soberania sobre o território roraimense, que ficará entregue aos interesses internacionais, representados pelas ONGs estrangeiras.

"Da forma como estão sendo conduzidas as coisas, até parece que Boa Vista e o Estado de Roraima como um todo não tem governantes para gerir o seu destino", disse a presidente do Poder Legislativo da capital.

Ela observou que quando for decidida a homologação da reserva indígena, os municípios, áreas produtivas e estradas precisam ser preservados para que o Estado de Roraima não seja inviabilizado economicamente. "Se o Estado já tem uma economia precária possuindo essas áreas de produção de arroz, imagine como ficaremos se elas deixarem de existir", observou.

ASSEMBLÉIA - O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Mecias de Jesus (PL) disse ontem que o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) faltou com a verdade junto ao povo de Roraima, quando veio ao Estado dizendo querer ouvir a opinião de todos os segmentos interessados numa solução consensual para a Raposa/Serra do Sol.

"O ministro traiu o povo de Roraima. Nós o recebemos aqui, promovemos uma reunião na Assembléia para ouvir todos os segmentos e ele agora acena com uma decisão que vai beneficiar apenas os interesses das ONGs internacionais", criticou o parlamentar.

O presidente do Poder Legislativo estadual disse ser solidário ao movimento desencadeado pela sociedade civil organizada para dizer ao Governo Federal que a maioria da população não concorda com a homologação da reserva indígena.

Para o deputado Mecias de Jesus, é lamentável o fato de que a sociedade civil tenha que se levantar para demonstrar a sua indignação, depois de ter ouvido do ministro Thomaz Bastos a garantia de que se buscaria uma solução consensual para a questão indígena/fundiária local.

O parlamentar disse ainda que o presidente nacional da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mércio Pereira Alves, mentiu quando disse que apenas 20% dos povos indígenas da região são contra a homologação em área contínua. "O presidente da Funai e o ministro da Justiça estão defendendo outros interesses", afirmou. (L.V)

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