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Transamazônica: Índios querem fechar a estrada

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
Autor: Joaquina Marinho
11 de Fev de 2003

Índios e mais de 180 famílias de assentados do Incra estão isolados. Produtores com 40 mil sacos de grãos e toneladas de bananas estocadas sem poder escoar e o prejuízo bate à porta. Uma estrada com 50 quilômetros de problemas que teimam em não ter fim. Esta é a triste e desolada descrição do caos que se tornou a Transamazônica (BR-230), encoberta pela lama, no trecho que pertence ao município de Humaitá, a 600 quilômetros de Manaus. Cansados de tanto prejuízo e pouco caso, índios e brancos se uniram: eles vão paralisar a estrada dia 19 de fevereiro.

O prefeito em exercício de Humaitá, o médico Fausto Manoel da Silva, 53 anos, esteve ontem em Manaus onde fez uma maratona em busca de ajuda para evitar o fechamento da estrada. Ele disse que não é a primeira vez que produtores e índios se irritam com as péssimas condições da BR-230. Em março de 2001 o mesmo trecho foi interditado, pessoas foram feitas reféns. A situação só foi normalizada quando as máquinas da Construtora Toronto, numa ação emergencial do governo do Estado, cascalharam o trecho.

Na época, índios Tenharis, Parintintins, Piranhães juntamente com produtores e famílias que habitam ao longo da estrada bloquearam 50 quilômetros da BR-230 por 13 dias desabastecendo o município de Apuí. O bloqueio só acabou quando as máquinas chegaram ao local.

O remendo na estrada feito pela Construtora Toronto durou três anos, e agora, o problema voltou à tona reforçado pelas chuvas que castigam aquela parte da região nos meses de fevereiro e março. Nesse período o rio Madeira invade a área prejudicando ainda mais a já destruída rodovia. Esse ano o Madeira invadiu 25 quilômetros de estrada, onde, em certos trechos, é comum ver a ação de pescadores.

De acordo com o prefeito em exercício, 50 quilômetros da estrada no sentido Humaitá/Apuí estão comprometidos, mas a situação é mais grave e desesperadora do quilômetro 10 ao 25. Os caminhões que se aventuram a cruzar esse trecho ficam pelo meio do caminho atolados até um metro e meio sob a lama. Carro pequeno não se atreve a passar naquela parte do Brasil que foi construída na década de 70, no governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Ele esteve ontem pela manhã no Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (DENIT). O diretor Wellington Lins prometeu uma solução em três dias. Há três anos a Construtora Planurb está licitada para fazer as obras de recuperação daquela parte da Transamazônica, mas, até agora, a estrada está se afundando em buraco e lama.

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