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Tráfico de droga se instala em aldeias

Douradosagora.com - http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=250289
Autor: Waldemar Gonçalves - Russo
13 de Abr de 2009

Os problemas de saúde como tuberculose, alcoolismo e desnutrição de outrora nas aldeias indígenas do então Mato Grosso uno e hoje Mato Grosso do Sul passaram nos últimos cinco anos, a serem pequenos perante o alto índice de crescimento do consumo de drogas, como a maconha e principalmente o de cocaína e o de pedras de crack entre os adolescentes do Jaguapirú e da Bororó, sem que as autoridades competentes tomem uma medida para que o tráfico de entorpecente seja combatido nas duas comunidades.

Além do crescimento de consumo de drogas nas aldeias, extra-oficial consta que também já é possível verificar o aumento de prostituição entre as adolescentes, onde muitas delas de acordo com informações, às margens de rodovias; postos de combustíveis estrategicamente instalados nas saídas para a Capital do Estado, Paraná e para a região de fronteira, vendem seus corpos a terceiros, a preços irrisórios, para adquirir verbas para manter suas vaidades e também para manter seus vícios, como bebidas alcoólicas; cigarros e até drogas.

DE 10 A 21 ANOS

Por outro lado, órgãos criados para a defesa da comunidade indígena brasileira, como a Funai (Fundação Nacional do Índio), a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), já teriam as informações de que o tráfico de drogas teria se instalado nas aldeias douradenses, todavia, pouco estariam fazendo para que este mal seja combatido e os fornecedores sejam previamente identificados e punidos de acordo com a lei.

Dado ao alto consumo dos entorpecentes nas aldeias douradenses, lideranças das comunidades, que pediram para não serem identificados por temerem represálias dos traficantes, atribuem como principal fator para que a violência tenha sido fundamental para ter este alto crescimento de insegurança entre as famílias, sem que as autoridades competentes como a PM (Polícia Militar), Civil, e em especial, a Polícia Federal tracem um planejamento para combater os fornecedores de drogas e em contrapartida, fazer com que os índios usuários sejam assistidos com um programa de desintoxicação. "É triste mais é verdade. Aqui na nossa aldeia tem muitos garotos que já estão atolados na droga", disse uma das lideranças da Bororó, acrescentando que entre os usuários, a faixa de idade está entre dez e 21 anos.

DESTILARIAS

Outro relato apurado pela reportagem consta que boa parte das drogas que são ou estão sendo comercializadas nas aldeias também chegam até as destilarias através de supostos trabalhadores rurais que foram contratados para trabalharem nos campos de plantio e corte de canas. "Os ônibus que transportam os índios geralmente não são vistoriados pela polícia", diz uma das lideranças acrescentando que elas (a droga) chegam também nas aldeias sempre nos finais de semanas, após serem adquiridas na região de fronteira. "Se antes o problema era o alcoolismo, agora eles aumentaram, pois os viciados após consumir a droga, ingerem cachaça para ficarem mais doidão", disse uma outra liderança, lembrando que volta e meia, jovens índios são presos pela polícia na cidade, após serem flagrados vendendo drogas. "Outro problema é a participação de nossos jovens em crimes dos 'brancos', como receptações de produtos de furtos e de roubos ocorridos lá na cidade, com alguns deles também praticando os mesmos atos para comprarem drogas e bebidas alcoólicas. Têm muito objetos roubados na cidade, aqui na nossa comunidade", relatou uma das lideranças.

Diante de tantas evidências quanto à degradação humana dada ao consumo de drogas em todo o mundo, as lideranças indígenas cobram uma maior ação ostensiva da política no interior das aldeias douradense para que seja combatido este problema, além dos altos índices de furto; roubo; tentativa e homicídio, estupro, entre outros delitos, tudo em função da instalação mesma que itinerante, do tráfico de entorpecente nas duas comunidades, que juntas, são as maiores do país.

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