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Trabalho para conter queimada na Serra do Rola Moça chega ao 5o dia

G1 - http://g1.globo.com
27 de Set de 2011

O Corpo de Bombeiros informou, na manhã desta terça-feira (27), que mantém o trabalho de combate ao incêndio que atinge o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O parque completa 17 anos de criação hoje e vem sendo devastado pela queimada desde a sexta-feira (23). O último balanço de área destruída dava conta que cerca de 80% dos biomas de cerrado e mata atlântica já haviam sido queimados.

De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, dois helicópteros e dois aviões estão sobrevoando a área do parque. A mobilização de bombeiros e brigadistas é grande, envolvendo 117 pessoas na manhã desta terça-feira (27). O Corpo de Bombeiros não informou a extensão do fogo.

O incêndio começou na última sexta-sexta-feira (23) e o local é de difícil acesso. O Parque Estadual da Serra do Rola Moça é uma área de preservação localizada nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho e possui 3.941,09 hectares. A área está situada em uma zona de transição de cerrado para mata atlântica, rico nos tipos de formação vegetais chamadas de campos ferruginosos e de altitude.

Maior incêndio
O biólogo e gerente do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Marcus Vinicius de Freitas, disse nesta segunda-feira (26) ao G1 que mais de 80% da vegetação da área de preservação foi queimada. O parque tem cerca de 4 mil hectares. "Desde que o parque foi criado, nós tínhamos como referência de incêndio florestal o de 2003. Agora, o prejuízo ambiental já está sendo maior. Só poderemos dimensionar quando for debelado", disse o biólogo. Segundo ele, o fogo também atinge mananciais.

O condomínio residencial Retiro das Pedras e o Condomínio Casa Branca também foram atingido pelas chamas. O biólogo Marcos Vinicius de Freitas disse que ainda não é possível saber o que causou o incêndio. "O fogo começou na BR-040, se espalhou pelo Retiro [das Pedras] e atingiu área do parque. A causa é direta ou indiretamente humana", disse.

Ainda de acordo com o gerente do parque, biomas de cerrado e mata atlântica foram destruídos pelas labaredas. Segundo ele é difícil estimar o prejuízo por causa das inúmeras espécies da fauna e da flora. "É triste demais. A gente tem aqui os campos ferruginosos, que são endêmicos, e a vegetação que ocorre nessas placas são muito sensíveis. O prejuízo de um incêndio é incalculável. Algumas espécies da flora, além de só existirem no parque, às vezes, não foram nem identificadas pela ciência", lamentou.

Répteis e anfíbios, além de algumas espécies de mamíferos, também são afetadas e nem sempre conseguem escapar devido à velocidade de propagação do fogo, segundo Freitas. "Primeiro, de cara, você tem o dano da vegetação. Só que outros grupos ecológicos são comprometidos", falou.

A recuperação da área devastada é lenta e vai precisar de reforço. "Existe uma regeneração natural, mas, pela proporção, vai ser feito uma intervenção para acelerar a recuperação com o plantio de vegetação nativa", informou Freitas. Segundo ele, serão necessários de 20 a 25 anos para a recomposição, mas algumas perdas são irreparáveis.

Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, as unidades de conservação são habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção como a onça parda, a jaguatirica e o lobo-guará. O parque abriga ainda seis mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou, por meio de nota, que vai investigar as causas do incêndio com rigor.

A visitação está mantida no parque, segundo Freitas. "Eu acho interessante que as pessoas vejam a capacidade de destruição do homem em relação a esses ambientes. Assusta. É muito triste, é um cenário de destruição, parece filme", relatou.

De acordo com o setor de meteorologia da Companhia Energética de Minas Gerais, já são 108 sem chuva significativa em Belo Horizonte.

http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/09/trabalho-para-conter-q…

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