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TICUNAS E SATERÉS - Aids mata quatro índios no AM

A Crítica - Manaus - AM
22 de Fev de 2001

O Amazonas já tem quatro casos confirmados de aids em índios desde o primeiro registro, ocorrido em junho de 1998, numa comunidade indígena ticuna, no Município de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus). Foram dois casos entre os ticuna e dois entre os saterés, informou ontem o coordenador do Programa DST/Aids da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT -AM), Nélson Barbosa. Todos as quatro vítimas morreram.

Os índios não viviam mais nas aldeias, mas Nélson não afasta a possibilidade de eles terem levado o vírus para as comunidades, nas quais deveriam fazer visitas esporádicas. Segundo o coordenador, não existem novos registros do tipo no Amazonas desde os dois casos entre os ticuna do Município de Tabatinga e dos saterés do Município de Parintins (a 365 quilômetros de Manaus). Segundo o coordenador, todos eles morreram porque quando chegaram a Manaus para tratamento estavam com a imunidade bastante comprometida.

No Brasil, segundo o Programa de Prevenção à Aids em Tribos Indígenas, existem 39 casos da doença em índios. Na Região Norte, o primeiro caso de aids foi registrado em 1995, numa tribo tiriós, no Estado do Pará.

Os índios que foram contaminados pelo vírus H IV viviam nas zonas urbanas dos municípios, já tinham absorvido a cultura do branco, mas talvez fizessem visitas esporádicas às aldeias e, com isso, é possível que tenham transmitido a doença, explica o médico, dizendo que hoje ainda é difícil saber de novos casos, embora seja provável que existam. Segundo Nélson, para saber da existência de mais casos de aids entre os índios é necessário que eles procurem o serviço de saúde para fazer a sorologia. "Não podemos propor exames em autorização", justificou.

Nélson Barbosa revela ter um projeto, em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para trabalhar a saúde indígena no Alto Solimões, A1to Rio Negro, Baixo Amazonas e demais regiões do Estado. Neste projeto, os agentes de saúde vão trabalhar na conscientização sobre a doença para, a partir daí, convenceram os índios a fazer a sorologia.

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