A Crítica - Manaus - AM
22 de Fev de 2001
Os índios caiapós da Terra Indígena Baú, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, estão se preparando para uma "verdadeira guerra". Eles estão furiosos com a decisão do ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deu parecer favorável à liminar da Prefeitura de Novo Progresso, devolvendo ao município 1,2 milhão de hectares conquistados pelos indígenas no ano passado, depois de um seqUestro de 15 turistas pescadores dentro de suas terras.
Os caciques caiapós estão preparando os índios para uma guerra desde a semana passada, e avisam que, se a decisão for mantida, as consequências serão imprevisíveis. "Haverá guerra e a culpa será do Governo e da justiça, que dizem uma coisa e fazem outra", disse Bei Caiapó, um dos líderes da Terra Indígena Baú.
A área contestada pelos caiapós tem 1,2 milhão de hectares e, somada aos 650 mil hectares atuais da Terra Indígena Baú, levaria a reserva a ter 1,85 milhão de hectares. A terra em questão corresponde a cerca de 60% do município de Novo Progresso, e nela vivem pequenos e médios fazendeiros e madeireiros, num total de quase 2 mil mil famIlias.
Para o chefe do posto da Funai em Colider (MT), ,Megaron Txucarramãe, responsável pela Terra Indígena Baú, , 'a situação merece uma providência imediata, pois os caiapós estão muito descontentes e, de fato, a reação deles pode ser imprevisível".
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