Terras indígenas são alvo de conflito no Acre

A necessidade de demarcação de terras indígenas, que ainda são alvo de conflito no Acre e sul do Amazonas, e de implementação de políticas públicas que garantam de fato os direitos das nações às suas terras - só na região são mais de 14 áreas a serem demarcadas - serão tema de um debate hoje, a partir das 8h30, no Anfiteatro Garibaldi Brasil da Universidade Federal do Acre.

O debate, a ser realizado entre Paulo Macho Guimarães, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), e Arthur Nobre, da Funai, está sendo organizado pelo movimento pró-demarcação das terras indígenas do Acre e sul do Amazonas, coordenado pelo professor Jacó Picolli.

Representantes da União das Nações Indígenas do Acre e sul do Amazonas, Fundação Nacional do Índio, Universidade Federal do Acre, Funasa, Conselho Indigenista Missionário, Conselho de Missão entre Índios, Imac, DCE, Assembléia Legislativa e Incra devem participar das discussões que fazem parte das comemorações do Dia do Índio.

A tarde haverá uma outra discussão sobre as perspectivas da educação indígena na Amazônia Ocidental, na sala ambiente de Ciências Sociais, no campus da Ufac, a partir das 14h30. O principal tema da discussão deverá ser a proposta de cota para índios nas universidades, que vem sendo defendida pelo historiador Marcus Vinícius Neves.

Para ele, não há necessidade de criação de cursos especiais para índios, como defendem as universidades, e sim cotas nos cursos para índios. "Se um índio deseja fazer direito, medicina ou economia, ele tem esse direito e a universidade precisa lhe assegurar a vaga no curso normal e não em um curso especial, discriminatório", defende Marcus Vinícius, o que deve causar muita polêmica na reunião.

À noite, encerrando as comemorações, o dr. Klaus Rummenhoeller, especialista em questão de terras indígenas na Amazônia, fará uma palestra sobre terras indígenas binacionais, também na sala ambiente de Ciências Sociais, no campus universitário, a partir das 19h30.