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Terra vive crise sem precedentes

OESP, Vida, p.A14
25 de Jan de 2005

Terra vive crise sem precedentes
Para ONU, é hora de conter perda da biodiversidade
Reali Júnior
Correspondente
Com EFE
PARIS - O planeta vive "uma crise sem precedentes desde a extinção dos dinossauros", disse ontem o diretor-geral do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Klaus Toepfer, na Conferência Internacional sobre Biodiversidade, Ciência e Governança, na sede da Unesco, em Paris. "Chegou a hora de conter esta perda de biodiversidade."
Na abertura do evento, diante de 1.200 cientistas, empresários e pesquisadores internacionais, o presidente da França, Jacques Chirac, propôs a criação de um grupo intergovernamental de experts para garantir a preservação das espécies e a evolução da biodiversidade. O chefe de Estado francês havia lançado a idéia dessa reunião durante a cúpula de Evian, em 2003, diante da ausência de resultados da convenção assinada em 1992, no Rio, por 170 países.
A conferência em Paris deve lançar um apelo forte em favor da preservação das espécies, ainda enquanto é tempo. Segundo a União Mundial para a Natureza, 15.589 espécies enfrentam hoje um forte risco de extinção.
O objetivo é atrasar a destruição das espécies biológicas e dos ecossistemas. Poluição e fragmentação dos ecossistemas, introdução de espécies invasoras, superexploração e mudanças climáticas são as principais razões do desaparecimento das espécies. Entre as promessas não cumpridas, cita-se a que previa que os parques nacionais e as reservas naturais deveriam cobrir 12 % das terras, mas não foi possível concluir acordos nacionais para que essas metas fossem alcançadas e respeitadas.
Marina
Sem papas na língua, a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, denunciou em entrevista publicada pelo jornal Liberation, o prosseguimento da "biopirataria dos países do norte". A seu ver, a melhor forma de preservar a biodiversidade seria aplicar a convenção sobre a diversidade biológica, que prevê o acesso aos recursos dos países em desenvolvimento e do sul em troca de uma justa repartição dos benefícios nascidos de sua exportação pelos países do norte, como medicamentos.
O presidente Chirac reconhece as dificuldades dos países em desenvolvimento em financiar essa preservação, mas diz estar disposto, juntamente com outros países ricos, a "repartir uma parte do custo".

OESP, 25/01/2005, p. A14

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