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A terra nua

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Belisa Ribeiro
14 de Jan de 2004

Depois da polêmica em Roraima sobre a Reserva Raposa/Serra do Sol, entram na agenda do presidente da República os guarani-caiová. Lula recebe hoje à tarde o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, que não é contra a inclusão de fazendas na demarcação de terras indígenas, ao contrário do colega Flamarion Portela - afastado do partido por conta de gafanhotos e não de índios. O nortista pediu pelos fazendeiros e levou um sonoro não do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Zeca vai levar a Lula sugestão de proposta de emenda constitucional para assegurar aos produtores que estão com áreas ocupadas pelos índios a indenização da terra nua. Atualmente, a Constituição permite apenas indenização de benfeitorias. O que representa muito pouco em relação aos investimentos dos produtores rurais, segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, que esteve na zona de conflito e que, junto com a Polícia Federal, tenta administrar o que qualifica como ''barril de pólvora''.

Segunda-feira, os guaranis invadiram sete fazendas, mantendo três reféns. O juiz afirma nunca ter visto situação tão grave em 18 anos de profissão. Atribui ao conflito o alto número de suicídios entre os índios - foram 45 ano passado em uma população estimada em 20 mil, segundo o Instituto Socioambiental.

A ONG mapeia em seu site muitos dos atuais 220 povos, que falam mais de 180 línguas diferentes e totalizam aproximadamente 370 mil índios, contra os estimados 4 milhões que existiam à época em que os portugueses chegaram às nossas terras, até então realmente nuas.

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