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Terra está perto do calor máximo em 1 milhão de anos

O Globo, Ciência e Vida, p. 32
26 de Set de 2006

Terra está perto do calor máximo em 1 milhão de anos
Aquecimento global causado pelo homem provocará tempestades tropicais e El Niño cada vez mais intensos

A Terra está muito perto de alcançar seu momento mais quente em um milhão de anos. De acordo com um novo estudo, em média as temperaturas da Terra estão apenas um grau Celsius abaixo da máxima já registrada. A temperatura da superfície do planeta, garantem cientistas, tem aumentado cerca de 0,2 grau Celsius por cada uma das últimas três décadas.

Os especialistas atribuem esse aumento às atividades humanas, sobretudo à emissão de gases do efeito estufa - C02, principalmente. O aquecimento global causado pelo homem influencia os padrões do El Niño, da mesma forma que interfere na formação de tempestades tropicais, garantem os cientistas.

"0 efeito (do aquecimento) na freqüência dos dois fenômenos não está claro, depende de muitos fatores, mas a intensidade dos eventos mais poderosos muito provavelmente vai aumentar à medida que as emissões de gases do efeito estufa aumentam", sustenta o estudo. "Reduzir as emissões diminuiria a probabilidade de super El Niños e tempestades tropicais intensas."
O aumento da temperatura é sentido especialmente na região do Oceano Pacífico onde surgem os padrões climáticos que dão origem ao fenômeno El Niño. Isso não significa que a freqüência do El Niño - que altera o clima em todo o mundo - será maior. Mas pode significar que o fenômeno será mais intenso, disse James Hansen, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da Nasa, um dos autores do novo estudo.

O El Niño é um fator importante para monitorar o aquecimento global, segundo o estudo, publicado na "Proceedings of the National Academy of Sciences". O fenômeno provoca temperaturas máximas bem mais altas do que o normal. Isso aconteceu em 1998, no chamado super El Niño, quando foram registrados recordes de temperatura.

O que é mais significativo, no entanto, segundo os cientistas, é que em 2005 foram registradas altas de temperatura similares às de 1998 sem nenhum sinal de aquecimento das águas do Pacífico Oriental, típico do El Niño.

As diferenças de temperatura na superfície das águas do Pacífico podem produzir alterações cada vez maiores entre os padrões climáticos normais e os registrados no El Niño.

O Globo, 26/09/2006, Ciência e Vida, p. 32

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