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Terra e Ecologia: a Ciência dos ecossistemas amazônicos

Agência Museu Goeldi - www.museu-goeldi.br
Autor: Lucila Vilar
14 de Jul de 2010

Padrões de desflorestamento, atlas dos ecossistemas amazônicos e a reprodução de solos da pré-história, ricos em nutrientes são temas de pesquisas das Ciências da Terra e Ecologia do Museu Goeldi. As investigações científicas dessa área no Museu estão ligadas à evolução dos ecossistemas amazônicos. As linhas de pesquisa são relacionadas à paleontologia e paleoecologia em regiões tropicais, biogeoquímica, geoarqueologia e solos degradados.

O XVIII Seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Museu Paraense Emílio Goeldi que teve como tema "Formação de Recursos Humanos e Políticas Públicas na Amazônia", aconteceu de 5 a 9 de julho no Campus de Pesquisa do MPEG, teve a quinta-feira, dia 8, dedicada às Ciências da Terra e Ecologia.

Desflorestamento - O bolsista Cézar Augusto, graduando no curso de geografia pelo Instituto Federal do Pará (IFPA), orientado pelo pesquisador Leandro Valle Ferreira, apresentou o trabalho "A Conservação da Biodiversidade em Diferentes Tipos de Ordenamento Territorial, Uso e Ocupação nas Rodovias no Estado do Pará". Nele, Cézar analisou os padrões de desflorestamento em três rodovias no estado do Pará, duas federais, a Transamazônica (BR 230) e Cuiabá-Santarém (BR 163) e uma estadual, São Félix do Xingu-Xinguara (PA 279). As informações sobre as rodovias foram obtidas através de dados cartográficos digitais produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Como resultado preliminar o bolsista verificou que o desflorestamento total na área de influência de 50 km nas três estradas analisadas foi de 30,3%. O valor do desflorestamento é significativamente maior do que o desflorestamento acumulado até 2008 para o estado do Pará que é de 19,4%, indicando a contribuição das estradas como um dos principais fatores responsáveis pelo desmatamento no estado.

Sensoriamento remoto - As técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicadas ao mapeamento da zona costeira são importante ferramenta para a caracterização e identificação detalhada de diversos ecossistemas. Utilizando essas técnicas, a graduanda do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pela Faculdade Ideal (FACI), Lilia Gleise da Silva, orientada pela bolsista do Programa de Capacitação Institucional do Museu Goeldi, Francileide de Fátima Souza, apresentou o trabalho "Uso de técnicas de sensoriamento remoto para a identificação e mapeamento de detalhe dos ecossistemas costeiros do nordeste do estado do Pará".

Gerar um mosaico de imagens de satélite para elaborar um Atlas preliminar sobre os ecossistemas da zona costeira do nordeste do Pará, utilizando as técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento em imagens de alta resolução é o objetivo da pesquisa. Os resultados mostraram que o conhecimento da distribuição geográfica dos ecossistemas é fundamental para nortear a interpretação de vários fatores ambientais e geográficos além do zoneamento e planejamento regional.

Segundo Lilia,"o Atlas é um importante material didático para uso multidisciplinar, em todos os níveis de ensino e, também, servirá como apoio à gestão ambiental".

Terra Preta - A Terra Preta Arqueológica, também chamada de Terra Preta de Índio, tem essa denominação porque é encontrada em sítios arqueológicos, onde viveram grupos pré-históricos. Os solos de terra preta arqueológica existem principalmente na Amazônia. Há mais de 100 anos, cientistas registraram a ocorrência da Terra Preta Arqueológica (TPA) e constataram a elevada fertilidade desses solos.

Atualmente, muitos pesquisadores tentam recriar a Terra Preta por meio de misturas de matérias orgânicas, esse novo material é chamado de Terra Preta Nova.

O bolsista Renan Lopes de Aguiar, que faz o curso de Bacharelado em Ciências Ambientais, pelo Centro de Ensino Superior do Pará (Cesupa), orientado pelo pesquisador Jorge Luiz Piccinin, desenvolveu a pesquisa "Caracterização dos Atributos Químicos e da Dinâmica de Decomposição de Resíduos de Madeira em Sistemas Florestais e de Replicagem Terra Preta Nova em Tailândia-PA".

O bolsista apresentou uma realidade muito comum na região amazônica: a exploração madeireira, que tem se intensificado nas últimas décadas. Uma das conseqüências dessa exploração é a geração de resíduos de madeira, que muitas vezes são armazenados em locais impróprios ou incinerados a céu aberto.

Uma alternativa de destinação para os resíduos é a sua utilização como forma de incremento de matéria orgânica vegetal no solo para gerar maior fertilidade.

Renan analisou a relação entre os resíduos de madeira e a fertilidade do solo. Na pesquisa, o bolsista utilizou como áreas de estudo regiões de reflorestamentos de paricá, planta do gênero Anadenanthera, localizada no município de Tailândia, no Nordeste Paraense.

Após 24 meses de experimento, a decomposição dos resíduos alcançou 92,24%. Esse resultado mostrou que a utilização de lamina de madeira, mostra-se eficiente na recuperação química de solos alterados por ações humanas.

http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/2010/julho/14_07_2010i.html

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