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Termina sem acordo primeira audiência entre índios e arrozeiros em Roraima/RR.

Radiobrás-Brasília-DF
23 de Ago de 2004

Terminou sem acordo a primeira audiência, marcada para esta terça-feira (17), entre arrozeiros e representantes dos índios da reserva Raposa Serra do Sol (RR), na 1ª Vara da Justiça Federal de Roraima, em Boa Vista (RR). Ao todo, foram cinco horas de reunião. De acordo com a assessoria do juiz Helder Girão Barreto - que marcou o encontro - os índios e os arrozeiros não chegaram a um acordo sobre a ação que acusa duas comunidades indígenas de invadir uma propriedade particular.

Durante a audiência, o juiz ouviu três testemunhas (moradores da região) e estabeleceu um prazo de 72 horas para apresentar uma decisão sobre o assunto. Foram intimados para prestar esclarecimentos a AGU - Advocacia Geral da União, o Conselho Indigenísta de Roraima, o Sindicato dos Bancários e a CUT - Central Única dos Trabalhadores.

O coordenador do Conselho Indigenísta de Roraima, Jacir José de Souza, afirma que as duas comunidades indígenas estão a dois quilômetros da fazenda. "Não houve invasão. Os índios querem apenas evitar que as plantações aumentem ainda mais", diz Souza.

A reserva Raposa Serra do Sol tem 1,7 milhão de hectares e abriga uma população de cerca de 15 mil índios das etnias Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang e Patamona. Este ano, uma decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie impediu a homologação contínua das terras.

Com a decisão, ficaram mantidas as decisões de outros juízes, entre eles o juiz federal Helder Girão Barreto. As liminares excluíram da área indígena a faixa de fronteira com a Guiana e a Venezuela, o Parque Nacional Monte Roraima, os municípios, vilas, rodovias e as plantações de arroz no extremo sul da reserva.

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