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Tentativa de acordo acaba em pancadaria

O Progresso
Autor: Vilson Nascimento
10 de Mar de 2005

O Promotor de Justiça Dr. Ricardo Rotunno tentando buscar uma saída pacifica para o conflito na aldeia: Não adiantou.

Uma reunião com a presença do Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Militar e líderes comunitários da Aldeia Amambai, em Amambai, que tinha como objetivo
buscar solução para o impasse entre grupos rivais e restabelecer a paz na comunidade indígena terminou em pancadaria na manhã de ontem.

O confronto aconteceu no interior da própria aldeia, que está situada a cerca de 5 quilômetros da cidade e abriga aproximadamente 6 mil índios da etnia guarani-caiowá.
Mais de 2,5 mil índios moradores na aldeia estavam reunidos na região do posto da Funai na aldeia em apoio ao atual capitão da comunidade indígena, José Bino e seu
vice-capitão, o indígena Rodolfo Ricarte. Ao mesmo tempo, os índios protestavam contra a presença na aldeia dos indígenas Celso Maciel e Reinaldo Sanches, que, segundo
os índios estariam formando grupos de oposição contra o próprio capitão Zé Bino e conspirando para derrubar o administrador regional da Funai em Amambai, Willian
Rodrigues.

O representante do Ministério Público Estadual, Promotor de Justiça Ricardo Rotunno, chegou ao local acompanhado do comandante da 3ª Cia PM de Amambai, Tenente
Francisco Damião com o objetivo de ouvir as reivindicações da comunidade e buscar uma saída para o impasse que tem sobrecarregado a polícia com denúncias e ameaças
de ambas as partes, inclusive com agressões físicas.

Logo na chegada das autoridades alguns indígenas ligados ao grupo de Celso Maciel, apesar de estarem em número reduzido, tomaram a frente da conversa e passaram
a acusar Zé Bino e seu grupo de promover perseguição e agressão aos seus adversários na aldeia. As autoridades e os líderes indígenas se deslocaram para a sede da
reserva indígena, onde mantinham diálogos até que um grupo de índios ligados a Celso Maciel pulou a janela, a porta do barracão foi fechada e deu-se início a uma
pancadaria envolvendo militantes dos dois grupos, inclusive alguns deles chegaram a se armar com pedaços de madeira.

Porém, após a interferência do oficial PM e do próprio Promotor de Justiça, Ricardo Rotunno, a situação se acalmou e as autoridades deixaram o local sem que
nenhuma solução fosse tomada.

Após a saída do promotor e o oficial PM o capitão Zé Bino solicitou a seus co-partidários que estendessem até o próximo domingo, 13, um prazo para Celso Maciel
e Reinaldo Sanches vendam suas propriedades e se mudem da reserva indígena, já que todos queriam sair da reunião direto para a casa dos dois indígenas a fim de expulsá-los
a força da aldeia ainda na manhã de ontem.

No final da manhã, o promotor Ricardo Rotunno informou que ainda ontem relataria o episódio ocorrido na aldeia aos órgãos competentes e irá ouvir todas as
partes envolvidas no conflito, mas dessa vez em seu gabinete, no Fórum da Comarca.

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