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Técnicos podem voltar a suspender assistência médica

Brasil Norte-Boa Vista-RR
13 de Set de 2005

Mais de 200 técnicos que prestam serviço a cerca de 7.800 índios yanomami e yekuana, em 20 pólos na região amazônica, podem voltar a paralisar a assistência médica nessas localidades devido aos constantes atrasos no pagamento dos salários.
Kelly Queiroz, da Gerência de Saúde do convênio Funasa/UNB (FUB), explicou que os conveniados estão ficando impossibilitados de trabalhar porque não conseguem receber seus salários antes de irem às áreas indígenas.
"Eles têm que receber antes de partir para essas localidades, pois precisam comprar mantimentos, como comida e outras coisas. O problema é que os técnicos não recebem devido aos atrasos, por isso ficam impossibilitados de viajar", explicou Kelly.
Por esse motivo, nos próximos dias 15 e 16, a categoria participará de uma reunião na sede da Funasa, onde decidirão se continuam ou param as atividades nas áreas indígenas. "Caso não resolvam, existe a possibilidade da paralisação", garantiu Kelly, ressaltando que os atrasos acontecem há três meses.
A Fundação da Universidade de Brasília (FUB) é responsável pelo recebimento do dinheiro dos convênios e o pagamento do pessoal contratado. No caso dos roraimenses, o impasse ocorre porque a entidade não tem representatividade no Estado. "E por isso nosso contato é feito apenas por telefone. E eles dizem apenas que estão pressionando a gerência nacional da Funasa", reclamou Kelly.
Ainda de acordo com ela, caso ocorra a suspensão do atendimento à saúde indígena, o risco de mortalidade irá aumentar consideravelmente. "Portanto é preciso que se normalize logo a situação", avisou.
Sem condições
Para o presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Yanomami, Rondinelli Rodrigues, a Funasa não está dando condições de trabalho para os servidores terceirizados que atuam nessas localidades.
Segundo Rondinelli, falta uma política mais adequada para a questão. "Por isso estaremos nos reunindo nos próximos dias para decidirmos como conduziremos a situação, caso os atrasos continuem", adiantou o presidente.
A Funasa justifica o atraso informando que os convênios continuam sendo avaliados pela Gerência Nacional, em Brasília. Por esse motivo, os contratos ainda não foram assinados, enquanto os profissionais indígenas que atuam em Roraima estão há cinco meses sem receber.
URIHI
Na semana passada, a Funasa foi alvo de novas denúncias. A Urihi, entidade que também tratava da saúde indígena, divulgou possíveis irregularidades em convênios da Fundação com empresas privadas de aviação, mas não apresentou documentos.
FUNASA
A Assessoria de Comunicação da Funasa informou ontem à tarde que o coordenador regional, Ramiro Teixeira, estava viajando a Brasília. Quando retornar possivelmente falará sobre as denúncias.

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