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Técnicos monitoram doenças em aves migratórias

Canal Rural - www.canalrural.com.br
29 de Out de 2008

Técnicos fazem nesta semana monitoramento da gripe aviária e da doença de Newcastle em aves migratórias capturadas para análise na Lagoa do Peixe, litoral do Rio Grande do Sul. Milhares vão até o local em busca de alimentos e se misturam com pássaros que residem na área.

A Lagoa do Peixe é o principal ponto de observação de aves migratórias no Brasil. Das 160 espécies que cruzam o país todos os anos, mais da metade são encontradas na localidade.

"Quando está chegando o inverno no hemisfério norte, elas começam a sair de lá, buscando clima mais ameno. Então vão para o sul, onde é verão. Por outro lado, as aves que estão mais ao sul do Brasil, como na Patagônia, enfrentam um inverno mais rigoroso que o nosso. Por isso elas também sobem para fugir do frio" explica o biólogo Isaac Simão Neto, do Centro Nacional para Conservação de Aves Silvestres (Cemave).

As rotas de pássaros que vêm da América do Norte podem cruzar com o percurso de animais que passam pela Ásia, onde existem casos de gripe aviária e outras doenças. O temor é que uma ave que esteja doente transmita vírus para frangos e outras espécies comerciais no Brasil.

Os técnicos montam acampamento no Parque Nacional da Lagoa do Peixe por dez dias. No início da noite são armadas redes. Ao longo da madrugada as equipes inspecionam as armadilhas. É preciso usar roupas especiais para evitar uma possível contaminação. Durante o trabalho a equipe encontrou um exemplar de Trinta Réis com uma anilha, mostra de que a ave já havia sido catalogada nos Estados Unidos ou no Canadá.

De manhã cedo é hora de coletar amostras de resíduos da cloaca e da boca dos animais. O material é analisado em laboratório. Até hoje, nenhum caso de gripe aviária foi registrado no país, mas o monitoramento é importante para manter a sanidade nos aviários comerciais. Os cuidados são exigência dos países que compram frango do Brasil.

O governo federal mantém monitoramento em outros 17 sítios de pássaros migratórios no país. Os criadores que observarem mortes acima da média em suas aves, e suspeitarem de alguma contaminação, devem comunicar a Secretaria da Agricultura de seu Estado.

O trabalho na Lagoa do Peixe começou em 24 de outubro e vai até 4 de novembro. Fazem parte, equipes do Cemave, do Ministério da Agricultura, do Ibama, da Secretaria Estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul e da Secretaria da Saúde do Estado.

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