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Técnicas agrícolas alternativas ajudam a reduzir as queimadas

GM, Meio Ambiente, p. A7
20 de Set de 2004

Técnicas agrícolas alternativas ajudam a reduzir as queimadas

Experiências de agricultores com o uso de alternativas ao fogo e técnicas de agroecologia podem servir de balizamento para criação de políticas públicas de combate às queimadas e ao desmatamento na região amazônica. Este foi o tema de um seminário realizado no Ministério do Meio Ambiente na última sexta-feira pelo Projeto de Apoio ao Monitoramento e Análise (AMA), que faz parte do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7) e conta com apoio da Cooperação Técnica Alemã Participaram do encontro agricultores responsáveis pela implantação de projetos, técnicos e consultores ligados ao setor e representantes de órgãos do governo.
Ao todo, foram apresentados seis projetos, quatro deles que passaram cerca de seis meses sendo analisados pelos consultores contratados pelo AMA. A idéia dos estudos surgiu da constatação de projetos desenvolvidos pela sociedade civil em busca de alternativas para o uso do fogo que, utilizado como instrumento de manejo da terra, causava muitos problemas ambientais e de saúde. Tais problemas provocavam queda na qualidade de vida tanto da população agrária como nos próprios centros urbanos.
Segundo o coordenador do Projeto AMA, Brent Millikan, "a idéia era fazer uma avaliação dos impactos e quais as lições aprendidas nessas experiências que a gente pode aproveitar cada vez mais". Millikan revela ainda que muitas das experiências foram tão bem sucedidas que "já ganham escala", sendo reproduzidas por agricultores que reconheceram o sucesso das técnicas aplicadas por outras pessoas.
Entre as experiências analisadas, há resultados de trabalhos sobre técnicas de controle de queimada; técnicas de prevenção de incêndios florestais que envolvem métodos de divulgação inclusive com programas de rádio e visitas de intercâmbio entre as comunidades, entre outras.
Calendários de fogo
Brent Millikan diz também que uma das intenções entre os projetos apresentados, é a de criação dos "calendários de fogo", já de conhecimento do Ibama, onde as queimadas programadas não devem coincidir entre elas, o que ajuda a minimizar os riscos de problemas ambientais.
João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente abriu o seminário e avaliou a importância das experiências analisadas pelo Projeto AMA. Segundo ele, os resultados positivos já começam a aparecer, como a redução das áreas de desmatamento e em muitas áreas já existe uma consciência sobre a necessidade de redução do uso do fogo como instrumento de manejo da terra.
"O esforço agora é ampliar o escopo dessas ações. Elas são extremamente importantes porque mobilizam diferentes setores da sociedade, com diferentes atores sociais, como prefeituras, organizações locais e movimentos sociais", disse. O resumo dos estudos será apresentado ao grupo de trabalho interministerial que trabalha no Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal.
kicker: Governo já promoveu mais de 300 cursos para promover o uso controlado do fogo

GM, 20/09/2004, Meio Ambiente, p. A7

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