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Suspeitos da morte de indígena são liberados

Jornal Brasil Norte-Boa Vista-RR
22 de Jan de 2003

Dois suspeitos da morte do indígena Aldo Mota, de 52 anos, tiveram a prisão preventiva negada pela Justiça Federal e já estão em liberdade, uma vez que expirou o prazo da prisão temporária por cinco dias expedida contra eles.
Eles são funcionários da fazenda Retiro e não tiveram os nomes revelados pela Polícia Federal. A informação foi dada ontem pelo delegado da Polícia Federal Fabrício Argenta, que durante o último final de semana esteve na região de Uiramutã, juntamente com peritos de Brasília, em busca de novos indícios contra os suspeitos.

Aldo Mota desapareceu no dia 2 de janeiro, quando saiu de sua casa informando que iria buscar uma novilha que teria se soltado e estaria na área da fazenda Retiro, pertencente ao vereador Francisco Oliveira Rodrigues, na região do Uiramutã. Depois disso, não foi mais visto com vida.
O corpo do indígena foi encontrado numa valeta, que já existia anteriormente, provocado pela erosão da terra, tendo sido removido para o Instituto Médico Legal em Boa Vista e a informação na certidão de óbito é que ele teve morte natural por causa indeterminada.

Por solicitação do Ministério Público Federal, o corpo foi transladado para ser examinado pelo Instituto Médico Legal do Distrito Federal, que já confirmou extra-oficialmente que Aldo Mota tinha uma marca de tiro no corpo. O delegado federal Argenta, de Roraima, explicou que não pode revelar muitas informações, para não atrapalhar as investigações. Ele disse que foi solicitada a prisão preventiva dos suspeitos, mas a Justiça Federal não acatou o pedido, sob a alegação de que não havia elementos suficiente para decretar a prisão, já que isso só deve ocorre quando o réu é perigoso ou em caso de fuga. Ele disse que foram feitos novos exames e vistorias no local em que foi encontrado o corpo, que vai culminar num laudo de exame de local. O corpo do indígena continua sendo analisado e deve ser liberado em duas semanas, quando vai ser emitido o laudo definitivo do Instituto Médico Legal do Distrito Federal.

Brasília
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, CDDPH, se reúne hoje para discutir as investigações sobre a morte de três índios, ocorridas nas últimas semanas, nos estados do Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do Sul. A reunião será realizada na sala 304, a partir das 10 horas, no Ministério da Justiça.

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