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Suez está segura de que a usina de Jirau será construída

Amazônia.org - www.amazonia.org.br
Autor: Thais Iervolino
25 de Ago de 2008

"Tenho certeza de que conseguiremos a licença de instalação, com o aval do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais] para construir a hidrelétrica de Jirau", assegurou Gil Maranhão, diretor de desenvolvimento de negócios da Suez, empresa franco-belga que lidera o consórcio vencedor do leilão da usina de Jirau, Energia Sustentável (Enersus).

A declaração foi feita durante o IV Fórum Acende Brasil, realizado hoje (25), em São Paulo. Segundo o diretor, o impacto ambiental provocado pela mudança do local da usina é mínimo. "Apesar de haver uma área maior de alagamento, nosso projeto fará com que 46 mil metros cúbicos de rochas deixem de ser escavados, resultando em menor impacto ambiental. Além disso, não haverá um número maior de famílias atingidas", disse.

No dia 12 deste mês, o governo assinou a concessão que permite com que o consórcio administre a usina de Jirau por 30 anos. A assinatura, que estava prevista para ser realizada em janeiro de 2009, veio em meio a uma polêmica. O consórcio Enersus só venceu a disputa com o consórcio Madeira Energia S/A (Mesa) porque mudou o local da construção em 9,2 quilômetros, oferecendo um preço 20% menor.

Devido a essa mudança, o Mesa ameaçou entrar na justiça pedindo a anulação da decisão. Segundo o diretor, no entanto, a briga é questão do passado. "Já era esperado que o nosso projeto causasse polêmica até que fosse estudado e entendido, não só pelo outro consórcio como também por parte do Ibama, da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e de outros órgãos", argumentou.

Energia no Madeira
Junto com a barragem de Santo Antonio, a hidrelétrica deve gerar mais de seis mil megawatts, cerca da metade da potência da usina de Itaipu. Apesar de o governo ter concedido a licença, no entanto, a construção das usinas é contestada por ONGs e movimentos sociais. Ambientalistas e pesquisadores acreditam que a construção dessas usinas no rio Madeira, um dos principais rios da Amazônia, vai causar grandes impactos sociais e ambientais.

Mais de 5 mil ribeirinhos vão perder suas casas e serão realocados para a criação da hidrelétrica. As usinas podem também desencadear problemas sérios para a saúde humana, como a malária (a área das usinas é de alto risco epidêmico) e problemas com o mercúrio, que estão depositados no fundo do rio.

Além disso, a construção do complexo pode resultar em mais desmatamento na Amazônia, e só o anúncio da construção fez com que aumentasse a migração para a região. A pressão populacional fez o desmatamento disparar: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou no início do ano que o desmatamento em Rondônia aumentou 400%.

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