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SP já pode reciclar mais lixo do que produz

OESP, Metrópole, p. A17
16 de Jul de 2014

SP já pode reciclar mais lixo do que produz
Prefeitura inaugura usina em Santo Amaro com equipamentos modernos e leitor ótico

Bruno Ribeiro - O Estado de S. Paulo

A Prefeitura inaugura hoje a segunda usina de triagem de material reciclado da cidade com a promessa de, pela primeira vez, ter uma capacidade instalada de processar mais material reciclável do que a quantidade de lixo separada pelo paulistano. A usina, que fica em Santo Amaro, zona sul, faz parte de um plano que prevê mais duas usinas até o fim de 2016.
A partir de agora, mais oito distritos da cidade terão coleta seletiva - dos 96, 67 já tinham.
A primeira usina foi aberta há um mês, na Ponte Pequena, região central. Até hoje, São Paulo tinha convênios com 21 cooperativas de catadores para a separação do material reciclável. Para separar os resíduos e devolvê-los à indústria, essas pessoas abriam os sacos de lixo reciclável e separavam, no olho ou com ajuda de maquinário simples, cada tipo de material.
As duas novas usinas fazem a separação do material de acordo com a dimensão dos resíduos e leitores óticos para organizar os detritos, dando um ganho de produtividade muito maior ao processo - as cooperativas conseguiam separar 250 toneladas de resíduos por dia, mesma quantidade separada por usina. Assim, a capacidade diária de processamento dos resíduos da cidade chega a 750 toneladas/dia.
"Quando as outras duas usinas estiverem prontas, vamos superar a meta que tínhamos de reciclar 10% do lixo da cidade", promete o prefeito Fernando Haddad (PT). "Essas usinas usam tecnologia do século XXI. São as mais modernas da América Latina", diz o prefeito.
"A população desconfiava com razão da coleta seletiva porque não havia capacidade de processamento. O morador separava mais do que a capacidade das centrais manuais. Então uma parte dos resíduos era misturada nos aterros, porque não havia capacidade de processamento", diz Haddad.
Com a inauguração da nova usina, o quadro mudou, segundo argumenta o prefeito: "Teremos mais capacidade de processamento hoje do que o material que os moradores separam. A oferta de serviço passa a ser maior do que a demanda", afirma Haddad. Assim, o foco das ações municipais será na educação para que as pessoas voltem a separar o lixo doméstico.
A nova usina tem uma passarela no alto do galpão onde foi construída. A ideia é que o lugar seja visitado diariamente por alunos das escolas municipais, para que eles conheçam a coleta seletiva e desenvolvam o hábito de separar o lixo em casa.
Nos bairros. O secretário de Serviços, Simão Pedro, afirma que a coleta será "universalizada" em 40 bairros. "Universalizar é atender o bairro todo. Antes, esses 40 bairros tinham a coleta em determinadas ruas", afirma. Os novos horários e o dias em que os caminhões da coleta seletiva passam nas ruas serão publicados no site da Prefeitura. A promessa é que os caminhões da coleta seletiva passem em todas as ruas da cidade até o fim do ano que vem.

Cidade terá sacos de lixo diferentes para recicláveis

Para organizar melhor a coleta seletiva de São Paulo, a Prefeitura está desenvolvendo um novo tipo de saco de lixo, específico para abrigar os resíduos secos que devem ser reutilizáveis. "Estamos fazendo os testes com tipos de material, mas ainda vamos definir a cor", disse o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro.
Os sacos devem ser produzidos com plástico processado pelas quatro usinas que a cidade deve ter até 2016. "Esses recipientes devem trazer as instruções de como separar os resíduos", diz o secretário - em uma proposta já aplicada em outras cidades do mundo.
Os sacos são apenas uma das utilidades do material processado nas usinas. Orçada em R$ 36 milhões, a central aberta nesta quarta-feira, 16, tem previsão de render R$ 1,6 milhão por mês com a venda do material reciclado. Parte do dinheiro servirá para manter a usina, cujos gastos de custeio mensal são da ordem de R$ 300 mil, segundo Simão Pedro. Outra parte servirá para incrementar a renda dos trabalhadores das cooperativas. Mas o dinheiro também será destinado a um fundo criado para estimular a coleta seletiva.
Esse fundo ainda vai receber recursos de empresas que têm de fazer a chamada "logística reversa" - cumprem a obrigação legal de reaproveitar os resíduos sólidos na cadeia produtiva. A Prefeitura já fechou convênios, homologados pelo Ministério do Meio Ambiente, com os setores de embalagens e de lâmpadas. Os recursos devem viabilizar a construção de mais usinas ou estimular usinas de compostagem domésticas, reduzindo também os detritos orgânicos. / B.R.

OESP, 16/07/2014, Metrópole, p. A17

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