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Sociedade aprova protesto mas discorda das barreiras

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
07 de Jan de 2004

Apesar de aprovarem a manifestação, várias pessoas que foram impedidas de passar na barreira conduzindo carro ou foram obrigadas a caminhar até à cidade discordam da maneira como o movimento foi deflagrado.

O empresário rural, Luiz Cruz, é um dos que afirmou ter sido prejudicado com o impedimento. "É interessante o Estado reagir às medidas do Governo Federal, mas deveria ser de uma maneira que não prejudicasse a população. É muito mais necessária a participação dos políticos, coisa que não se vê", disse, ao acrescentar que iria a fazenda dele colher frutas e levar alimentação aos empregados.

Cerca de 15 funcionários que trabalham no Haras também tiveram que ficar no meio do caminho e até às 10h30, aguardavam uma posição. Os cinco ônibus que foram obrigados a parar estavam vindo da Vila de São Francisco, no Bonfim, Félix Pinto, no Cantá, vicinal 9 e de outras localidades, inclusive do Município de Normandia.

O funcionário público, Sebastião Queiroz, que planejou o dia de ontem para resolver assuntos da fazenda, disse que a manifestação daquela forma não surti o efeito desejado. "Sou totalmente contra índio e a homologação da reserva em área contínua, mas este movimento só está afetando a gente. Eles tinham que fechar era o aeroporto e o Palácio do Governo para ter efeito na mídia nacional", sugeriu.

Os funcionários da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil), que trabalham na subestação do Monte Cristo, foram também impedidos de passar.

O gerente da Regional de Transmissão de Roraima, Joaquim Américo Beck, explicou aos responsáveis pela manifestação e as autoridades policiais que os serviços essenciais do sistema elétrico deveriam ser mantidos para evitar prejuízos à população.

Ficou acertado que os funcionários necessários nesses serviços poderiam passar. "Essa manifestação é o extremo de uma reivindicação e que esse extremo não deveria acontecer. Entendo que a melhor forma é o diálogo, mas já que aconteceu, o que se busca agora é manter os serviços essenciais", disse.

A professora, Marlete Silva Campos, 24 anos, vinha da Vila São Francisco. Ela veio à cidade junto com outras vizinhas para levar a filha ao médico. "Eles não podiam impedir a gente de passar porque a população não tem culpa, aliás, estamos sendo penalizadas duas vezes", comentou.

Dois médicos, um que está chegando de viagem e outro que pretende embarcar hoje para férias de dez dias, estão impossibilitados de realizarem o que planejaram por conta da barreira. Um deles teria que entrar ontem mesmo no plantão, mas foi obrigado a pernoitar em Pacaraima.

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