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Sivam e defesa ambiental debatidos no XXX Congresso Nacional da Fenaj

Diário do Amapá-Macapá-AP
02 de Jun de 2002

Foi encerrado na última quinta-feira, em Manaus (AM), o XXX Congresso Nacional dos Jornalistas, iniciativa da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e organização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas. O Amapá foi representado no evento pelo Sindjor (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá). Cerca de 350 profissionais de imprensa se inscreve-ram no evento. Com a presença de palestrantes como a senadora Marina Silva (PT/AC), o jornalista ambiental Roberto Vilar e o brigadeiro-do-ar Teomar Fonseca Quirico, presidente do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), a primeira sessão de debates, ocorrida no dia 29, abordou como tema principal a "Ocupação da Amazônia: Ecologia e Soberania Nacional", sob a mediação do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Deocleciano Bentes de Souza. O primeiro a falar em plenário foi o jornalista gaúcho especializado em meio ambiente, Roberto Vilar. Ele fez um breve relato sobre o início das discussões ambientais no mundo. Foram levantadas questões relativas aos problemas ambientais e o papel do jornalista como formador de opinião, como crítico e investigador dos assuntos relacionados à preservação ambiental. A partir de dados da ONU (Organização das Nações Unidas) e do BID (Banco Mundial), Roberto Vilar desenvolveu o tema que chamou de "Ecologia das Comunicações", visando "despoluir" a imprensa atual, que tem valorizado o comercial em detrimento do editorial. Roberto su-geriu que os jornalistas te-nham uma visão holístico da rea-lidade sem se omitir frente às questões importantes que envolvem o meio ambiente, no sentido de prover as populações com todos os viés dos fatos. O segundo a falar, o presidente do Sivam, brigadeiro-do-ar Teomar Fonseca Quirico, que mostrou através de slides o que é basicamente o Sivam e quais as principais atividades que vem desenvolvendo para superar os desafios atuais. "Pôr em prática um programa de governo que seja bem estruturado para permitir o desenvolvimento da região e a harmonia entre as necessidades humanas e ambientais é um destes desafios", disse Teomar Quirico. Segundo ele, o projeto pretende gerar conhecimento atualizado sobre a Amazônia Brasileira, criar condições para que os órgãos setoriais se integrem, sistematizar controle, fisca-lização, monitoramento e vigilância da região e expandir os meios de comunicação. Quirico também frisou que o Sivam é um coletor de informações para outros órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal e Ibama. Segundo ele, os equipamentos dos quais o Sivam dispõe foram financiados pelo capital internacional, gerando no público presente certa desconfiança sobre as reais intenções do projeto para com a região. Última palestrante da primeira etapa de debates e, logicamente, a mais polêmica, a senadora Marina Silva, utilizou-se de informações fornecidas pelos outros palestrantes para desenvolver seus temas, principalmente no que se refere aos problemas ambientais. O lado político da questão, por isto, foi mais explorado pelos participantes dos debates. Para a senadora, é necessário buscar um equilíbrio entre a visão antropocêntrica predominante e a biocêntrica. Marina Silva mostrou a importância estratégica da Amazônia para o mundo, destacando todas as suas potencialidades naturais - mineração, pecuária, exploração madereira -, destacando, entre outros, que a castanha e a borracha representam 40% das exportações brasileiras. O desenvolvimento sustentável da região, através do manejo flo-restal, alternativa para utilização e manutenção da floresta, a ocupação da Amazônia e os projetos que vem desenvolvendo no Congresso, foram ou-tras questões abordadas. Alinhamento ético e uso de critérios de sustentabilidade foram proposições sugeridas pela senadora para atender aos "amazônidas" e convocou a todos para defender a região e incentivar o manejo sustentável para aproveitar os recursos que a floresta pode oferecer sem destruí-la. Marina Silva ressaltou que quanto mais avança a tecnologia, mais aumenta a miséria. A segunda mesa-redonda teve como tema a "Conjuntura Internacional". Os palestrantes foram o secretário da organização nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rafael Freire, e o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Argentina, Antônio Guillén. Rafael substituiu o diretor de relações internacionais da CUT, Kjeld Takobsen. O papel dos meios de comunicação na mudança da atual conjuntura foi discutido pelos palestrantes, que foram questionados pelos participantes do congresso.

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