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Situação dos índios do RS é difícil

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
07 de Abr de 2002

Conselho avalia que indígenas sofrem discriminação, dificuldade financeira e baixa qualidade de vida

Moradia e venda de produtos à beira de rodovias colocam em risco muitos índios
Poucas mudanças ocorreram na situação das tribos indígenas do Rio Grande do Sul desde o ano passado, quando foi avaliada pelo Conselho Estadual do Índio como sendo de discriminação, dificuldades financeiras e baixa qualidade de vida. No mês em que se comemora o Dia do Índio - 19 de abril -, a principal constatação é de que a população indígena gaúcha passou de 14 mil para 15 mil pessoas. 'O índice de natalidade entre eles é maior do que a média do Estado', afirmou o técnico do Conselho Estadual do Índio, Cláudio D' Ângelo. Cerca de 93% são caingangues e 7%, guaranis.

Quanto aos assentamentos e acampamentos no Estado, passaram de 90 mil hectares para cerca de 100 mil hectares em apenas um ano. 'Por enquanto, somente as regiões de Nonoai e Serrinha serão demarcadas. Também até o final do primeiro semestre, serão construídas 11 casas, em estilo indígena, na região de Barra do Ribeiro', anunciou D' Ângelo. Segundo ele, as 23 famílias que residem no local são as que vivem em maior vulnerabilidade no Rio Grande do Sul, pois suas casas estão colocadas na beira da estrada.

No Brasil, conforme a Fundação Nacional do Índio (Funai), há cerca de 350 mil índios, distribuídos em aproximadamente 170 tribos, que preservam 135 idiomas diferentes. Mais de 70% desse total - em torno de 240 mil indígenas - vivem na Amazônia. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pensando em criar uma consciência popular em torno do tema e apoiar os projetos da Funai, promoveu a Campanha da Fraternidade 2002 'Por uma terra sem males'.

De acordo com o subsecretário regional da CNBB, padre Darciolei Volpato, que coordenou a campanha no Estado, durante os 40 dias da Quaresma as paróquias - junto aos movimentos de jovens, casais, oração e outros - promoveram atividades em prol dos índios. 'Foram arrecadações em dinheiro, roupas e alimentos, visitas às comunidades, palestras, orações e missas pela causa', informou o padre. Segundo o coordenador, a CNBB também teve papel importante na pressão feita ao governo federal, no sentido de aprovar o projeto de lei do Estatuto do Índio, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília. O sacerdote esclarece, ainda, que o texto dá ênfase à regulamentação das demarcações de terras indígenas no país.

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