VOLTAR

Sítio resguarda Mata Atlântica na RMF

Diário do Nordeste
09 de Abr de 2008

A Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Sítio Curió tem um forte motivo para ser preservada e mantida do jeito que está, sem manejo: o lugar abriga o único território de Mata Atlântica existente na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ao longo de 54 hectares. A inauguração do espaço e sua abertura ao público estão previstas para o dia cinco de junho.

Segundo a consultora ambiental do Grupo Ypióca e membro da Instituto Natureza Viva (INV), Michele Matos, a fauna e a flora da área têm características únicas. "Entre meio-dia e uma hora da tarde, o clima lá é de serra. Quem está lá até esquece que está dentro da cidade", ressalta.

O Sítio Curió foi homologado como ARIE em 2006. Legalmente, o espaço pertence ao Estado, mas quem o mantém é o INV, que presta contas sobre o que está sendo feito no local junto ao Ministério da Justiça, já que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

De acordo com Michele Matos, a área já foi cercada, três trilhas foram abertas e atualmente, nos caminhos, está sendo colocada areia grossa picada, que não hipermeabiliza o solo. Placas com nome científico, vulgar e peculiaridades das espécies serão dispostas no sítio. Além disso, o pórtico da entrada será feito de madeira reciclada. Recepção, mini-auditório e sala de apoio fazem parte do projeto. "Queremos promover atividades como arborismo, cursos, palestras e aulas práticas em convênio com escolas e universidades", antecipa.

Ao assumir a administração do Sítio, o INV tomou uma série de medidas. Foram removidas do local mais de duas toneladas de lixo. Com as cercas, a retirada de madeira para carvão e de resina foi combatida. A idéia agora é manter o espaço conforme a sua origem. "Havia projeto de se fazer lá um conjunto habitacional, mas isso não vai acontecer porque a área será preservada", frisa.

Como explica a consultora, além de fazer os projetos de gestão ambiental para o Grupo Ypióca e administrar o Sítio, o INV pretende fazer reflorestamento do Gonçalo-Alves (Astronium fraxinifolium) no Curió e na Lagoa da Encantada. Também conhecida como Aroeira-Preta e Gonçaleiro, a espécie é típica dos cerrados piauiense e mineiro ameaçada de extinsão. Também está nos planos do INV formar um banco de germoplasma para guardar as sementes e utilizá-las para reprodução.

BENEFICIAMENTO

Bagaço da cana-de-açúcar é reutilizado como sub-produto para geração de energia e produção de adubo, alimento e papel. O caldo da cana é extraído, fermentado e destilado para ser transformado em aguardente. Enquanto isso, o bagaço ganha outros destinos. Utilizado para combustão, gera calor e movimenta equipamentos. Uma segunda parte do bagaço compõe a matéria-prima do papelão, enquanto outra é usada para compostagem, como adubo orgânico, e uma quarta é hidrolizada para alimentar animais. Com esses processos, a empresa reduz a quantidade de metano no ar, evita usar madeira e comprar adubo e ainda ganha com a venda de papel reciclado. Por mês, são produzidas 1.200 toneladas de papel, sendo que cerca de 75% desse produto é comercializado e o restante é usado para as caixas de aguardente.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.