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Sistema identifica tráfego aéreo desconhecido

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
13 de Jun de 2005

O Sivam também lançou luz sobre o chamado tráfego aéreo desconhecido sobre a região amazônica, parte do qual é ilícito -contrabando de drogas e armas.
"Passamos a ver o que não se via, o tráfego desconhecido se tornou maior, houve 30% mais de vôos desconhecidos", diz o coronel Renato Luiz Scariot, chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo, em Manaus
Todas as informações da defesa aérea chegam e são integradas nos computadores em Brasília do Comdabra (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro), órgão encarregado da defesa militar do espaço aéreo com o uso do radares, aviões-radares e caças de interceptação.
Desde a regulamentação da Lei do Abate, não houve nem mesmo "tiro de aviso" em torno de aeronaves infratoras. "Antes era uma vez por mês, agora todo mundo responde", diz o coronel Ricardo Servan, chefe de Estado-Maior Combinado do Comdabra.
"Após o tiro de destruição, os bandidos se adaptaram", diz o tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, chefe do Comgar (Comando Geral de Operações Aéreas). Em vez de aumentar o preço da cocaína nas grandes cidades, a medida aumentou o salário dos pilotos do tráfico e fez com que os vôos passassem a contornar o Brasil -saindo da Colômbia para o Paraguai, por exemplo-, e com que as cargas de droga passassem a entrar por terra.
"90% do tráfego desconhecido não era criminoso", diz o brigadeiro. Ele cita o caso de sete aviões irregulares voando em fila indiana que foram detectados. Era apenas um grupo de fazendeiros indo com seus aviões para um churrasco na fazenda de outro. Todos devidamente multados.
A qualquer momento existem centenas de aeronaves monitoradas pelo sistema. Mesmo às 17h de uma tarde de domingo, foi possível ver cerca de 300 aviões nas telas do Coda (Centro de Operação de Defesa Aérea), a holywoodiana sala repleta de telas de radar em Brasília onde a FAB monitora tudo que voa sobre o país. "Adrenalina pura", diz um oficial de plantão no Coda. Para ali chegam os relatos do que acontece nas interceptações.
"Nós estamos raspando e estão seguindo nós", dizia o preocupado piloto do avião leve Cessna repleto de cocaína, prestes a jogar sua preciosa carga pela janela.
"Eles só tiram foto, não joga fora, não"; "vem embora, que eles não derrubam não", disse o traficante no solo em contato por telefone celular. O avião saíra do Paraguai com destino a Jataí (GO) em 2002, antes da criação da Lei do Abate. O avião da FAB seguiu o traficante, suas comunicações foram interceptadas por cerca de três horas. O avião voltou ao Paraguai sem desovar sua carga de 300 kg da droga, que depois chegou ao Brasil por terra, segundo a Polícia Federal.
O piloto que intercepta um avião, e o controlador de vôo que informa a ele onde fazer a interceptação, são chamados de "autoridades executivas de defesa aérea", o primeiro elo na cadeia de operação do Sisdabra (Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileira).
Acima deles ficam as autoridades que comandam a interceptação através do Comdabra. Na fase final de uma interceptação, a ordem tem de ser autorizada pelo comandante da Aeronáutico.
Hoje, daquela sala, poderia sair a ordem para o Tucano abater o avião to tráfico

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