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Sindicatos do Nortão continuam mobilização para marcha a Roraima

Agronotícias - www.sonoticias.com.br/agronoticias
20 de Jul de 2008

O conflito que está acontecendo em Roraima, propriamente na reserva Raposa Serra do Sol, é uma realidade que reflete em diversos Estados brasileiros. Em Mato Grosso, há uma extensão de 906.806,90 quilômetros quadrados, deste total 23.890.887 hectares são de reserva indígena, equivalendo a Rondônia.

Vale dizer que o que será definido pelo Supremo Tribunal Federal em relação ao episódio entre arrozeiros e indígenas da reserva Raposa do Sol, deverá influenciar a realidade econômica daquele Estado. Por isso a preocupação do setor produtivo e de autoridades políticas tem sido extensiva.

Atualmente no território mato-grossense existem mapeadas onze regiões entre reservas homologadas, demarcadas e registradas, reservas identificadas e reservas a identificar. Há 18.322.550 hectares de áreas demarcadas (20,32%) e 5.568.337 hectares estão ainda por demarcar (6,57%). Conforme argumenta o consultor técnico da Famato, Alexandre Dutra Neves, a soma de ambas as áreas significam quase 27% do total da área de Mato Grosso.

Ele informa que a população indígena atual é de aproximadamente 25.123 indivíduos, numa proporção de 730 hectares per capita e que tende a saltar para 950 hectares por índio, após a demarcação de reservas identificadas e reservas a identificar.

De acordo com o diretor-secretário de Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Valdir Correa, a definição das reservas é um direito e ato democrático legítimo que realmente precisa ser mantido no Brasil. Correa apenas não considera necessário o aumento dessas áreas, haja vista a proporcionalidade per capita verificada.

O diretor-secretário da Famato sugere a aplicação de um estudo detalhado sobre essas reservas indígenas já demarcadas extraindo novas informações com foco em peculiaridades e reais considerações e necessidades em cada área territorial indígena a ser analisada.

Conforme recorda Correa, foi nos anos de 1960 que a questão indigenista no Brasil ganhou expressividade graças às expedições lideradas por estudantes do Projeto Rondon.

Época que prevalecia a presença de missionários estrangeiros em meio às etnias indígenas que acabavam por aprender um segundo ou terceiro idioma. Foi a época onde também surgiam os primeiros planos do desenvolvimento (Pólo Centro, Proterra entre outros) para apoiar produtores a investirem na abertura de áreas agricultáveis para fomentar o desenvolvimento econômico dessas regiões ainda inóspitas.

Os fundos trouxeram impacto para o fortalecimento da realidade de Mato Grosso - fazendo com que o estado - se transformasse em uma das principais potências agrícolas de âmbito nacional e mundial como o é até hoje.

O que o setor produtivo reivindica é de que o atual poder de decisão ainda em grande concentração pela Funai passe por um parâmetro de modernidade e compartilhe a sua competência junto ao Congresso Nacional de forma que se possa diminuir essa pressão.

Sindicatos do Norte de Mato Grosso estão em mobilização entre os respectivos produtores da região para organizar a caravana que vai participar da Marcha a Roraima, num encontro nacional em Ipacaraima (RR), no dia 16 de agosto.

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