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Siderúrgicas fazem acordo contra escravidão

O Globo, O País, p. 11
13 de Ago de 2004

Siderúrgicas fazem acordo contra escravidão

Evandro Éboli

As principais siderúrgicas do país assinam acordo inédito hoje, em Brasília, comprometendo-se a não comprar carvão vegetal de fornecedores que exploram mão-de-obra escrava. O carvão, como o minério de ferro, é uma das principais matérias-primas para produção do ferro gusa, vendido em larga escala por grandes grupos econômicos no Norte do país.
Algumas siderúrgicas que vão assinar a carta são controladas por grandes grupos, como Gerdau e Vale do Rio Doce. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) será testemunha da assinatura do compromisso, que acontecerá no Ministério Público do Trabalho.
Mercado movimenta US$ 400 milhões por ano
O mercado de ferro gusa no Norte movimenta cerca de US$ 400 milhões anualmente, mas muitas carvoarias controladas por siderúrgicas exploram o trabalho escravo, não pagam salário em dia, submetem os empregados a péssimas condições de trabalho e não oferecem assistência médica. Boa parte da produção do ferro gusa é exportada para os Estados Unidos.
A iniciativa do acordo foi do Instituto Ethos, presidido pelo empresário Oded Grajew.
- É importante também para mostrar a outros setores da sociedade que é possível e necessário que se assuma responsabilidade a partir da cadeia produtiva - disse Grajew.

O Globo, 13/08/2004, O País, p. 11

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