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Servidor é raptado por grupo indígena

Folha de Boa Vista (Boa Vista - RR) - www.folhabv.com.br
19 de Fev de 2016

Depois da mobilização de servidores públicos federais e da família, o servidor público Marcos Herbert Félix, que estava desaparecido desde a manhã de quarta-feira, reapareceu. Ele foi chamado para uma reunião com manifestantes indígenas que ocupam o prédio do Distrito Sanitário Indígena do Leste (DSEI-Leste) e de lá foi raptado. Nenhum dos indígenas quis falar com a equipe de reportagem da Folha.

Durante a mobilização, a esposa do servidor, Naracir Félix, disse o apelo dos colegas e da família é para que os indígenas fornecessem informações. O vice-presidente do Sindsep, José Carlos Gibim, ontem à noite informou que o servidor do DSEI-Leste já estava em casa com a família, quando foi entregue pelos indígenas.

O sindicalista afirmou que hoje os servidores estarão novamente na sede do DSEI-Leste e vão tentar fazer uma pauta conjunta com os indígenas para apresentá-la às autoridades. Segundo ele, as medidas centralizadas do governo sem ouvir os indígenas prejudicam tanto os usuários, que são os índios, como os servidores que estão na ponta.

Ele afirmou que a decisão de mudança na coordenação do DSEI-Leste seria "puramente política" e que os servidores do órgão não podem ser sacrificados com relação à demanda dos indígenas, uma vez que os funcionários não têm o poder de decisão.

"A gente sabe que tem a interferência junto aos políticos na indicação e isso, de certa forma, traz uma insatisfação para as comunidades indígenas. Então, a reivindicação deles a gente até entende que seja justa, mas o que não pode é isso respingar em cima dos servidores, dos trabalhadores do serviço público que estão aqui para cumprir o seu papel. Nesse momento, eles estão impedidos de realizar suas atividades", criticou o sindicalista.

Gibim informou que além do protesto, que teve a finalidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades, os servidores vão procurar o Ministério Público Federal, a Justiça Federal e a Polícia Federal para cobrar um posicionamento para o rapto do servidor. "Estamos aqui em solidariedade ao colega Marcos que está sendo vítima da arbitrariedade de um grupo de indígenas que estão criando essa situação. Enquanto o movimento deles era pacífico, tudo bem. A gente até apoiava. Agora, a gente não pode apoiar esse tipo de coisa", complementou.

O servidor ficou desaparecido por mais de 24 horas. A esposa dele disse que soube que o marido havia sido levado pelos indígenas da sede do DSEI. Os dois servidores que estavam com Marcos Félix para reunirem-se com os manifestantes contaram que, ao chegar à reunião, os indígenas informaram que não teria nenhuma conversa e que os dois estariam liberados, mas que Félix teria que ficar. Eles estavam de cassetetes e pedaços de madeira. "Eles alegaram que o Marcos iria para uma reunião fora daqui. Chegou um carro, que é da instituição, colocaram-no nesse veículo, com um indígena do lado e do outro, e uma pessoa à frente. Levaram-no para um rumo ignorado e não entraram em contato", contou Naracir.

A esposa do servidor esteve na sede da Polícia Federal para fazer uma queixa. Ela foi ouvida pelo delegado, que garantiu que as equipes estavam em diligências para descobrir o local onde está o servidor. À noite, depois de ser entregue para a família, o servidor foi depor na PF.

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