O Globo, Economia, p. 32
25 de Nov de 2011
Serra da Canastra: exploração abriria precedente
Cleide Carvalho
cleide.carvalho@sp.oglobo.com.br
DELFINÓPOLIS (MG). A tentativa de redução do Parque Nacional da Serra da Canastra com exclusão de áreas destinadas à extração de diamante e quartzito, como O GLOBO noticiou na última quarta-feira, abre precedente para que, em outros estados, unidades de conservação de proteção integral venham a ser reduzidas para atender ao interesse de mineradoras. Esta é a opinião de Sônia Rigueira, presidente do Instituto Terra Brasilis, que realizou em 2005 um plano de manejo para o parque, coordenado pelo Ibama.
- Mais grave do que o impacto da escavação, que altera a paisagem e o solo da região, é a abertura de precedente que afetar áreas de proteção da biodiversidade por interesses do setor de mineração. Todos sabemos que o Brasil tem um solo rico e, logicamente, são as áreas preservadas que ainda estão inexploradas - diz Sônia.
Na avaliação de Sônia, que é bióloga e mestre em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, em nome do desenvolvimento, o país corre o risco de entrar na contramão da história ao liberar a exploração mineral na Serra da Canastra:
- A decisão de permitir a mineração é meramente econômica. Não houve debate com a sociedade ou estudos técnicos e científicos para embasar a exclusão das áreas de mineração.
O acordo entre parlamentares e governo no Congresso prevê que o Parque da Serra da Canastra seja reduzido de 200 mil para 120 mil hectares, separando as áreas para exploração de diamante em rochas, que terão de ser dinamitadas.
O Globo, 25/11/2011, Economia, p. 32
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