A Tribuna-Rio Branco-AC
01 de Out de 2002
Funcionários do Ibama estão se deslocando hoje para a Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema, criada na semana passada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Eles vão para reunir-se com a comunidade e decidir como serão utilizados aqueles 750 mil hectares que englobam pelo menos dez seringais, cuja preservação vinha sendo defendida há vários anos pelo padre Paolino Baldassari.
Pelo menos 90% da área está totalmente intocada pelo homem e, dentre os vários projetos que ali deverão ser desenvolvidos, o financiamento para a instalação de uma criação de capivaras, que depois deve estender a jabutis, porcos e pacas, está aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Estão disponíveis R$ 120 mil para a aplicação imediata na criação dos animais e outros R$ 120 mil programados para o ano que vem. A equipe do Ibama que sobe hoje o Rio Iaco vai complementar o levantamento sócio-econômico da área, pois em trabalho prévio estimava-se em 200 famílias o número de moradores na área, mas esta foi ampliada englobando outros seringais e, com isso, a reserva poderá estar com pelo menos 300 famílias.
Elas hoje sobrevivem graças à extração da borracha, coleta da castanha e algumas famílias até conseguiram financiamento do Prodex para implantar lavouras de pupunha para a produção de palmito, das quais estão tendo o primeiro corte neste ano.
Junto às comunidades, os técnicos do Ibama vão implementar o programa de saneamento, com financiamento de R$ 270 mil, já aprovado pela Fundação Nacional de Saúde, para que se melhore o abastecimento de água e construam-se fossas sépticas nas moradias, escolas e centros de saúde da área.
Eles também começarão a definir o uso sustentável dos recursos ali existentes, para isso será preciso traçar um plano de manejo florestal, cujo paço inicial é ouvir a comunidade e saber o que ela deseja fazer.
(-A Tribuna-Rio Branco-AC-01/10/02)
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