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'Ser índio é nobre'

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
13 de Jun de 2005

O professor de Teologia da PUCRS frei Luis Carlos Susin, que participará do encontro que discute a questão indígena no Estado, enfatiza que a principal preocupação dos índios remanescentes no RS é a falta de terra. 'A filosofia deles é de que a terra é que é proprietária das pessoas, e quem não tem um pedaço de área seu, sente-se órfão', explicou o frei, que também pertence ao Comitê Sepé Tiarajú, que completa 250 anos em 2006.
'O que queremos é ajudar a recuperar parte da auto-estima dos índios, mostrando que a cultura deles tem valor e que ser índio é nobre', adiantou Susin. Ele destacou que os indígenas no Estado necessitam de moradia, escolas específicas e demarcação de terras. 'Viver em barracos, sem políticas públicas específicas e sem preservar a cultura não serve de estímulo', reforçou.

As secretarias da Coordenação e Planejamento e de Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sehadur) mantêm o Programa de Inclusão Indígena nas Políticas Públicas, que conseguiu, nos últimos sete meses, reduzir a taxa de mortalidade infantil a zero na reserva indígena da Guarita, a maior do Estado. Ali, mais de 100 casas foram entregues e a previsão é de construir mais 700 até o final de 2006. Segundo as secretarias, há hoje um déficit de 239 casas para os remanescentes de guaranis e 1.368 para os caingangues. Até o final do governo Rigotto, a previsão é entregar 1.600 casas para comunidades indígenas de 32 municípios. Os índios da Guarita recebem ainda assistência médica e têm escolas especiais.

Outra novidade é a inclusão no currículo da rede de ensino estadual de disciplinas de cultura indígena, a alfabetização de mulheres índias e o primeiro curso de formação em magistério indígena. A coordenadora de educação indígena e rural da Secretaria Estadual de Educação, Sônia Lopes dos Santos, disse que está sendo confeccionado um livro, em parceria com a Ufrgs, que trata de temas de interesse da comunidade guarani. O Estado mantém 46 escolas específicas para a aprendizagem indígena, 13 delas na Reserva da Guarita.

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