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Senai capacita indígenas para mercado de trabalho

Dourados Agora - www.douradosagora.com.br
18 de Jun de 2008

População indígena das aldeias Bororó, Jaguapirú e Panambi fazem os cursos de Mecânico de Bicicleta, Produtos Derivados da Mandioca e Carpinteiro-Telhadista

A população indígena da Reserva de Dourados está mais preparada para enfrentar o competitivo mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul graças ao PSAI (Programa Senai de Ações Inclusivas), desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação e com a Prefeitura Municipal. Desde abril deste ano o Senai de Dourados disponibiliza para os índios das aldeias Bororó, Jaguapirú e Panambi os cursos de Mecânico de Bicicleta, Produtos Derivados da Mandioca e Carpinteiro-Telhadista, possibilitando mais uma opção de geração de renda para essas comunidades.

O PSAI está alinhado com as políticas públicas inclusivas, proporcionando o acesso de grupos que geralmente encontram dificuldades em obter formação específica ou condições para ingressar no mercado de trabalho. "Nosso objetivo é levar a educação profissional a todas as pessoas, sem discriminação, porque não existem impossibilidades, apenas dificuldades", explica a técnica Dalva Souza, coordenadora de Educação Profissional do Senai/MS.

Dalva Souza informa que em Mato Grosso do Sul o Programa atua hoje em duas frentes: PNEs (Pessoas com Necessidades Especiais) - capacitando deficientes físicos, mentais, auditivos, visuais e múltiplos, bem como superdotados - e REGI (Raça, Etnia, Gênero e Idosos) - envolvendo mulheres, negros, índios e idosos. Para a técnica de Educação Profissional do Senai/MS, Maise Rodrigues Sá Giacomeli, interlocutora do PSAI no Estado, os resultados comprovam que é possível gerar oportunidades para todos.

"Constatamos ao longo do trabalho que a educação inclusiva, sem dúvida, está entre os melhores investimentos realizados pela instituição. É a prática do respeito e o reconhecimento público do potencial dessas pessoas", ressalta Maise Giacomeli. O curso de Produtos Derivados da Mandioca é ministrado para 15 indígenas das aldeias Bororó e Jaguapirú, enquanto o curso de Mecânico de Bicicleta atende 15 índios da Aldeia Panambi e o de Carpinteiro-Telhadista qualifica 15 indígenas das aldeias Bororó e Jaguapirú.

Oportunidades

Para o índio Edivaldo Reginaldo, o curso de Carpinteiro-Telhadista oferecido pelo Senai de Dourados aos indígenas do município é um grande aprendizado. "Estou aprendendo técnicas que nunca tinha visto, pois tudo que sabia da profissão foi na prática. Ao fazer o curso de carpinteiro, já me sinto mais profissional", declara. Já o índio Milton Rorales destaca que iniciou o curso de olho em aprender uma profissão. "Como aluno, estou aprendendo melhor as técnicas e me sinto mais preparado agora para atuar nessa área", revelou.

Na avaliação do índio Nélio de Souza, o curso de Carpinteiro-Telhadista serviu para dar uma noção da atividade. "Eu não entendia nada de madeira e hoje conheço um pouco de viga, caibro e ripa. Quero praticar mais para tirar o meu sustento e o da minha família", disse, sugerindo que o Senai de Dourados disponibilize mais cursos para a população indígena local. A índia Sandra Canteiro declara que o curso de Produtos Derivados da Mandioca, além de lhe ensinar uma profissão, proporcionou uma economia nas despesas da sua família. "Antes eu comprava pão para as crianças todos os dias e agora eu mesmo faço bolo e pão para a minha família graças às aulas que tive", ressalta.

Para a índia Maristela Vargas Borges, a iniciativa do Senai de Dourados de ministrar cursos para os indígenas foi uma grata surpresa. "Eu não sabia fazer nada na cozinha e hoje até bolo aprendi a fazer. Agora, na minha casa, já comemos muitas coisas diferentes preparadas por mim", disse. Na opinião da índia Neuza Martins, o curso de produtos derivados da mandioca vai ajudá-la a melhorar de vida, pois agora tem uma profissão. "Eu não sabia que a gente pudesse fazer tantos pratos com a mandioca. Agora até coxinha de galinha eu faço", comemora.

Já a índia Aline Ortiz da Silva espera ganhar dinheiro com as técnicas que apreendeu no curso oferecido pelo Senai de Dourados. "No futuro, quando estiver com mais prática, quero vender os alimentos que eu vou produzir a base de mandioca", revela, informando que a família lhe dá muito apoio nessa nova profissão. A índia Valquíria da Silva Cavalheiro disse que só tem a agradecer ao Senai de Dourados pela oportunidade oferecida à população indígena do município. "Muito obrigado ao Senai, pois se não fosse ele não teríamos como fazer um curso desse nível. Eu sabia fazer muitas coisas com a mandioca, mas outros alimentos não tinha idéia que se podia fazer com mandioca", informa, garantindo que vai começar a vender a sua produção.

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