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Semana Ashaninka mostra a arte, a sabedoria, o pioneirismo e as dificuldades vividas por esse povo indígena

Site do ISA-Socioambiental.org-São Paulo-SP
17 de Set de 2004

Vídeos, exposição de fotos, debates sobre terra indígena em fronteira, conservação, biodiversidade e manejo de recursos sustentáveis compõem o evento que vai mostrar a luta e as conquistas dos índios Ashaninka do Rio Amônia, no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru.

Índia ashaninka na confecção da kusma, veste tradicional

A Associação Ashaninka do Rio Amônia - Apitwxa vai promover de 20 a 24 de setembro em Brasília a Semana Ashaninka - Aptiwxa com o objetivo de divulgar as dificuldades vividas pela comunidade indígena no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru, como a constante invasão de madeireiros.

A semana também vai mostrar a arte que fazem esses índios e as iniciativas pioneiras na conservação e uso sustentável dos recursos naturais na Terra Indígena Kampa, no Rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo (AC), região do Alto Juruá.

Durante a semana que vem, os ashaninka irão se reunir com autoridades governamentais e da cooperação internacional, enquanto vários eventos abertos ao público estarão em cartaz como mostras de vídeos, mesas-redondas que discutirão temas como terras indígenas na Amazônia, conservação, biodiversidade e manejo de recursos naturais, terras indígenas em área de fronteira e política internacional integrada entre Brasil e Peru. Haverá ainda venda de artesanato e exposição de fotos e objetos de sua cultura material.

As atividades irão acontecer nas dependências do Cine Brasília e no Auditório da Reitoria da Universidade de Brasilia. (veja a programação abaixo)

Os ashaninka e a TI do Rio Amônia

Pertencentes ao grupo linguístico Aruak , constituem uma das maiores populações indígenas da América do Sul, embora sejam bem mais numerosos no Peru que Brasil. A Terra Indígena Kampa do Rio Amônia foi demarcada e homologada em 1992 e possui área de 87 mil hectares e população de cerca de 450 habitantes. Além de fazer fronteira com o Peru a Sul e Oeste, é vizinha ao Parque Nacional da Serra do Divisor ao Norte e da Reserva Extrativista do Alto Juruá e de um assentamento do Incra a Leste.

A demarcação da terra dos Ashaninka foi possível graças a um convênio assinado entre o NDI - Núcleo de Direito Indigenista - uma das organizações que deu origem ao Instituto Socioambiental - e a Funai. Em 1991, o NDI havia solicitado à Fundação Nacional do Índio (Funai) que desse prioridade à demarcação da área dos Ashaninka, vital para a proteção de seu território. Entretanto, a Funai passava por sérias dificuldades financeiras para realizar o trabalho. Com a concordância dos índios, o NDI buscou recursos externos para que a Funai pudesse realizar a demarcação. Com a ajuda da Fundação Gaia conseguiu que a agência britânica ODA (Overseas Development Agency) financiasse a maior parte do projeto, que foi complementado com recursos do WWF (World Wildlife Fund). O vice-presidente Itamar Franco assinou a homologação em 23/11/1992.

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