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Selo verde para florestas da Aracruz

GM, Saneamento & Meio Ambiente, p.A10
27 de Mai de 2004

Selo verde para florestas da Aracruz
Até 2006, empresa deverá obter certificados para áreas no Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
A certificação de florestas, processo de gestão ambiental que deu os primeiros passos na Europa no final dos anos 1990, começa a ganhar corpo no Brasil e já é visto por empresas do setor como um instrumento essencial para garantir a competitividade internacional. A Aracruz Celulose obteve o selo de qualidade do programa de Certificação Florestal (Cerflor), coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), para suas florestas no sul da Bahia. Agora, a meta é conseguir o certificado para as florestas do Espírito Santo e da unidade de Guaíba, no Rio Grande do Sul, de acordo com o diretor de meio ambiente da companhia, Carlos Alberto Roxo.
O selo de qualidade de manejo da floresta baiana foi concedido pelo Bureau Veritas Quality International (BVQI ), empresa subsidiária do Grupo Bureau Veritas, e credenciada pelo Inmetro. O certificado está baseado na norma NBR 14.789, elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e abrange os 95 mil hectares de área plantada de eucalipto, de um total de 166 mil hectares, sendo 70 mil hectares de áreas de preservação e reserva legal na região.
"Queremos certificar todas as nossas florestas, porque este selo se tornou uma exigência dos nossos clientes", disse Roxo. A Unidade de Guaíba, adquirida da Riocell no ano passado, já tem um certificado de manejo florestal concedido pelo Forest Stewardship Council (FSC), organismo internacional que já certificou uma área de 1,5 milhão de hectares no Brasil. Mas interessa à empresa obter também o selo de qualidade do Cerflor. Com isso, as três florestas de eucalipto terão o selo de um mesmo organismo de certificação. "Isso evita questionamentos, já que o critério usado para a certificação das três florestas será o mesmo", disse Roxo.
O processo para a obtenção do certificado da área do Espírito Santo está na fase inicial e será concluído no primeiro trimestre de 2005. O de Guaíba ficará pronto em 2006. No momento, a empresa está organizando os processos do programa ambiental, já que as exigências do Cerflor vão além daquelas previstas pela legislação.
"O programa exige a criação de um sistema de informação na área de saúde para as comunidades da região, o desenvolvimento de projetos de monitoramento das florestas, a realização de reuniões com a comunidade e a contratação de estudos arqueológicos", disse Roxo. Além disso, a Aracruz contratará o BVQI para realizar auditorias no manejo florestal.
Por trás dessa iniciativa está a manutenção da competitividade da empresa no mercado internacional. "Os clientes, principalmente europeus, estão exigindo a certificação. Eles querem saber qual a origem da madeira e querem ter a garantia de que e a empresa está fazendo o manejo correto da floresta", disse o executivo. Além disso, o selo de qualidade acaba reduzindo os custos de seguros e as taxas cobradas no mercado financeiro internacional nas operações de captação de recursos. "A empresa que possui um selo de manejo florestal mostra aos bancos que tem um projeto de longo prazo", disse Roxo.
Atualmente, há 160 milhões de hectares de florestas certificados no mundo todo, cerca de 90% na Europa e nos Estados Unidos. O maior organismo internacional do setor, o Pan European Forest Certification (PEFC) é responsável pela certificação de uma área de 49 milhões de hectares de florestas. Em segundo lugar vem o FSC, que já certificou 40 milhões de hectares, e o Sustainable Forestry Initiative (SFI), com outros 40 milhões de hectares. O Canadian Standards Association (CSA) já certificou 28 milhões de hectares de florestas, o chileno Certfor, 1 milhão de hectares e o Cerflor, do Brasil, 100 mil hectares.

GM, 27/05/2004, p. A10 (Saneamento & Meio Ambiente)

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