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Seduc traça metas para as escolas indígenas

O Liberal - Belém - PA
09 de Mar de 2001

O cronograma educacional indígena no Pará para este ano foi discutido ontem e anteontem na Secretaria Executiva de Educação do Estado (Seduc) entre coordenadores locais do programa e a coordenadora-geral de apoio às escolas indígenas do Ministério da Educação e do Desporto (MEC), Ivete Campos, que chegou a Belém acompanhada do consultor do ministério Kleber Gesteiro. No encontro foram tratadas as diretrizes nacionais para o funcionamento das escolas indígenas e as aplicações do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) e a do Fundoescola na educação dos índios.
Nas 73 escolas indígenas trabalham 172 professores, 99 deles indíos, para um total de 4.000 alunos, mesmo número de índios que estão fora das escolas por falta espaço, segundo informações de Edilene Costa, coordenadora do Serviço de Educação Escolar Indígena da Seduc. As escolas existentes têm cada uma apenas duas salas de aula, em média, refletindo uma realidade deficitária nacional dos povos indígenas. A coordenadora da Seduc admitiu que os estabelecimentos no Pará são precários.
O governo estadual tem projetos de até o meio deste ano implementar ações de curto a longo prazos de ensino fundamental profissionalizante com perspectivas ao ensino superior. São grandes as dificuldades de acesso às populações nativas em pontos inóspitos para levar merenda escolar, por exemplo. Edilene Costa disse que o problema de acesso é complicadíssimo. Há casos em que é necessário subir rios, enfrentar cachoeiras ou passar até três horas em avião fretado para pontos em Santarém a partir de Belém. Somente uma escola, em Bom Jesus do Tocantins, oferece ensino da 1ª à 8ª série do ensino fundamental. As demais dispõem da 1ª à 4ª série do mesmo nível. A preparação de professores para a educação indígena é meticulosa, incluindo fatores como domínio de dialetos e de etnia.
Para o consultor do MEC, Kleber Gesteiro, a expansão da educação indígena tem obtido bons resultados, mesmo admitindo fato as grandes dificuldades enfrentadas, citando o número insuficiente de professores e a dificuldade de formá-los. Gesteiro declarou que os professores índios são criativos nas aulas. No Amazonas, a educação já transformou índios em lingüístas.
A educação dos brancos seria uma forma dos nativos estarem informados sobre política, economia e outras áreas do saber no País e reivindicar com mais consciência os seus direitos, sem esquecer a cultura nativa e as raízes étnicas, entende o consultor. Índios que vivem em comunidades localizadas em Acari-Miri, Bom Jesus do Tocantins, Santarém, Oriximiná, Altamira, Vitória do Xingu, São Félix do Xingu, Paragominas, dentre outras localidades, têm acesso a escolas.

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