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Sede do Ibama invadida em Itaituba

Diário do Pará
05 de Mar de 2004

Ocupação durou dez horas. Agricultores terão reunião no próximo dia 10.
A sede do Ibama em Itaituba foi invadida, ontem, por centenas de agricultores, em protesto contra a demarcação do Parque Nacional de Itaituba, que o Ibama começou a fazer em fevereiro. Sete, dos oito funcionários do escritório foram mantidos reféns.

O diretor do Ibama no Pará, Marcílio Monteiro, soube da invasão às 09h30 e imediatamente telefonou para o diretor da Polícia Federal, Francisco Sales, que prometeu tomar providências. "Isso não existe mais no governo Lula. Ninguém irá conseguir nada usando a prepotência e a violência", disse Marcílio bastante irritado com a notícia.

Após várias horas de negociações, os agricultores concordaram em desocupar a sede do Ibama e liberar os reféns, mediante a promessa de ser realizada uma reunião, no próximo dia 10, em Itaituba, com a participação de um representante do Ibama de Brasília, para discutirem as reivindicações.

Demarcação vai continuar

O diretor do Ibama disse que a demarcação do Parque Nacional de Itaituba irá continuar e que a manifestação é um produto político por estarmos em ano eleitoral. Disse que o desmatamento, a venda irregular de madeira e a especulação fundiária correm soltos dentro do parque e que, por isso, está havendo tanta manifestação. Disse ainda que a ordem de Brasília é demarcar o parque para verificar quem está e quem não está lá dentro e quem tem e não tem direitos para protestar contra alguma coisa. "Tudo isso é movimentação política. O Brasil está cansado dessas apelações sem sentido de setores que tentam conseguir o que querem no grito. Não aceitamos pressão e vamos punir com rigor os culpados por esta invasão", disse Marcílio Monteiro.

Ainda segundo o diretor do Ibama, várias fazendas são patrocinadas por políticos dentro do parque e que são seus donos os principais agentes desses protestos. "A exploração madeireira e a especulação fundiária é muito forte lá dentro e nós temos que acabar com isso", garante Marcílio.

Sobre o fato de que alguns agricultores já teriam recebido financiamentos bancários, inclusive do Basa, e que isso oficializaria suas permanências dentro do parque, Marcílio disse que "é possível que esses financiamentos tenham acontecido" mas que, mesmo assim, é preciso demarcar a área de um milhão de hectares "para a gente saber quem está lá dentro".
(-Diário do Pará-Belém-PA-05/03/04)

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