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SECRETARIA DO ÍNDIO

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
07 de Jan de 2004

Governo deve investir R$ 1,5 milhão este ano nas comunidades indígenas

O secretário estadual do índio, Orlando Justino, disse que a demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol em área contínua envolve mais interesses do que apenas a definição do tamanho da área a ser destinada aos indígenas.
Conforme o secretário, do ponto de vista do Governo do Estado não há nenhuma diferença entre entidades indígenas no que diz respeito aos projetos de desenvolvimento das comunidades. Disse que estão previstos investimentos de R$ 1,5 milhão para este ano. Esses recursos deverão ser empregados na ampliação das áreas agrícolas, piscicultura e criação de animais.
Ele afirmou que nas comunidades mais carentes deverão ser cultivados 400 hectares, com culturas de mandioca e feijão. "A intenção do Governo é melhorar a qualidade de vida dessas populações através da ampliação da produção para consumo e venda", disse.
A possibilidade de exclusão de núcleos urbanos, áreas produtivas e dos pelotões do Exército faz com que a demarcação da Raposa/Serra do Sol em área única não seja consenso entre os indígenas. A explicação para a divergência, segundo Orlando Justino, que é índio da etnia macuxi, é o grau de integração entre as comunidades e a cultura envolvente.
"Enquanto aquelas comunidades ligadas ao Conselho Indígena de Roraima (Cir) e às Ongs almejam grandes áreas de terras para produzirem alimentos apenas para consumo próprio, cerca de 55% dos indígenas dessa área já estão integrados à sociedade e querem produzir excedentes para comercialização e para a aquisição de bens de consumo", comentou.
Ele argumenta que a densidade populacional entre as comunidades indígenas "é gritante". Segundo ele, aquelas alinhadas ao Cir apresentam algumas povoações com apenas três famílias. Já as que estão integradas aos não-índios chegam a formar vilas com mais de 800 habitantes - caso da Maloca da Raposa. Justino afirma ainda que o Cir tem o objetivo de "pulverizar a população indígena para ganhar mais terra". A outra parcela dos indígenas quer terra para produzir e viver melhor.
O secretário do Índio aponta as etnias macuxi, wapixana e taurepang como exemplos de integração pacífica com os não-índios. Diz que entre os índios dessas etnias há diretores de escola, universitários, militares e têm laços de família com fazendeiros. "É por isso que não aceitam mais nenhuma Ong como porta-voz de suas necessidades", destacou

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