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SE: Inventário Nacional começa a avaliar recursos florestais

Aqui Acontece - http://aquiacontece.com.br/
07 de Mar de 2014

Após treinamento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, técnicos da empresa que fará o levantamento dos Recursos Florestais do Estado de Sergipe Nacional (IFN) iniciaram nesse último domingo, 2, o levantamento dos recursos florestais de Sergipe que irão constar no Inventário Florestal Nacional.

A empresa foi contratada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) através de licitação. Com o início do trabalho em campo, os recursos florestais do Estado começam a ser avaliados como parte de uma ação que ocorrerá em todo o País, o Inventário Florestal Nacional.

De acordo com o engenheiro florestal Marcelo Miranda, da Flora Nativa, empresa responsável pela execução do levantamento florestal em Sergipe, até o final de agosto o levantamento estará pronto. "Temos experiência de mais de 15 anos nesse tipo de trabalho, sendo a primeira vez que fazemos junto ao Governo com a diretriz exigida e desenvolvida pelo Serviço Florestal Brasileiro. A perspectiva é que em seis meses todo o levantamento esteja pronto", salientou Miranda.

Em campo, as equipes do Inventário atuarão em 177 pontos amostrais. Em cada local, o grupo de técnicos vai contar o número de árvores, medir o diâmetro e a altura, identificar de que espécies são, coletar solo e material botânico, entre outras variáveis, em um raio de 100 metros. Um outro ponto a ser destacado no trabalho em campo pelas equipes é o levantamento socioambiental.

"Além de gerar informações sobre a quantidade e a qualidade das florestas em Sergipe, o inventário tem o objetivo de saber como a população se relaciona com esse recurso natural. Para isso um formulário desenvolvido pelo SFB está sendo aplicado junto às comunidades do entorno", explicou Miranda.

Segundo ainda Marcelo Miranda, as equipe estão desenvolvendo inicialmente o levantamento florestal na região de Capela, quando partirão para as regiões de Itabaianinha, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo.

"Aqui em Capela passaremos, em média, 15 dias. Depois expandiremos para demais pontos amostrais em todo o Estado de Sergipe, somando 117 pontos. Inicialmente cobriremos todo o Litoral, depois avançaremos para o Agreste e Sertão, cobrindo assim todo o território sergipano. A nossa perspectiva é que em agosto deste ano, o levantamento dos Recursos Florestais em Sergipe esteja concluso. A metodologia utilizada para a realização do IFB em Sergipe é a adotada em todo país de forma única", enfatizou Miranda.

Pontos Amostrais

Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe, Genival Nunes, Sergipe teria originalmente coleta em 55 pontos amostrais para levantar os recursos florestais. Entretanto, esse número passou para 177 pela necessidade de o Governo do Estado obter mais informações sobre as regiões onde se localizam os principais mananciais hidrográficos do Estado.

"O objetivo do inventário é fomentar e aprimorar a implementação de políticas públicas para a conservação das nossas florestas. Os dados levantados serão fundamentais, uma vez que as florestas são fontes de lenha, carvão, madeira, frutas, produtos medicinais e, extremamente importantes na regulação do clima, da chuva, do carbono, entre outros. Para esse projeto o Governo de Sergipe investiu, em média, um milhão de reais, em favor da sustentabilidade ambiental e qualidade de vida da população", pontuou o secretário.

Histórico

Feito com a parceria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o treinamento para qualificação das equipes - formada por engenheiros florestais, agrônomos e biólogos dos Estados da Bahia e Sergipe - foi iniciado no último dia 18 deste mês de fevereiro e teve a Unidade de Conservação Estadual "Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco" como palco central dos treinamentos, teóricos e práticos. A UC do Junco é gerida pela Semarh e está localizada no município de Capela.

Inventário Nacional

Na década de 1980 o Brasil realizou a primeira e única edição de um inventário florestal nacional, cujo objetivo principal era gerar informações sobre os estoques de madeira de florestas naturais e plantadas. Mais recentemente, com o reconhecimento da floresta em seus múltiplos usos para a produção de bens e serviços ambientais e sociais e o surgimento de novas tecnologias, alguns estados brasileiros tomaram a iniciativa de realizar os seus inventários florestais estaduais, como é o caso do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Apesar da iniciativa dos estados ser positiva, para um país com a dimensão e características do Brasil a alternativa mais apropriada é produzir informações sobre suas florestas utilizando um sistema de abrangência nacional.

Em 2005 o Ministério do Meio Ambiente (Programa Nacional de Florestas) retomou o tema iniciando a elaboração de um novo projeto para o IFN, motivado pela importância estratégica dos recursos florestais, tanto em escala nacional como global, e a atual falta de informações qualitativas e quantitativas sobre as suas florestas.

O processo de elaboração do projeto do novo inventário nacional começou em 2005, quando o Ministério do Meio Ambiente realizou uma oficina de trabalho para identificar os principais componentes e procedimentos metodológicos a serem considerados no projeto.

A reunião contou com especialistas de todo o país e apresentações de experiências nacionais e internacionais sobre o tema. A partir dos resultados dessa oficina, um grupo de trabalho concebeu uma primeira versão do projeto, que foi apresentada em nova oficina realizada em dezembro de 2006. Na mesma data, o IFN foi discutido na CONAFLOR (Comissão Nacional de Florestas). Desde então, o Serviço Florestal Brasileiro tem trabalhado para detalhar todos os procedimentos de coleta de dados visando a implementação do Inventário Florestal Nacional no Brasil (IFN-BR).

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