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Saúde indígena no Acre

A Tribuna
25 de Mai de 2007

As reclamações sucessivas dos povos indígenas mostram que a saúde indígena no Acre está em um momento difícil. As condições de marginalização sócio-econômica e a proliferação de doenças, no entanto, estão de braços dados com a enorme diversidade sócio-cultural e de experiências históricas de interação com a sociedade nacional.

Na Amazônia e em outros países, as doenças infecciosas ocupam lugar de destaque na história dos povos indígenas. Uma imensa desestruturação demográfica e sociocultural está na origem do problema, no Brasil e em outros países onde há povos tradicionais e onde os mesmos foram dominados pelas culturas invasoras.

Nesse contexto é preocupante os problemas com saúde indígena no interior do Acre, principalmente quando há evidências de que doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão e diabetes estão se ampliando. Ainda nesse contexto, é fundamental que o Estado brasileiro reforme os mecanismos de assistência em saúde para os povos indígenas.

Algumas experiências já existem. Nos últimos três anos, importantes mudanças no sistema de saúde beneficiaram os povos indígenas em todo o País. É o caso da implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que funcionam hoje de norte a sul do país. No entanto, a falta de fiscalização da sociedade, as ações isoladas e as denúncias dos próprios índios mostram que a situação, longe de mudar, continua difícil.

É preciso ouvir dos próprios povos indígenas o que está falta para que a saúde seja realmente efetiva, direito não apenas dos povos tradicionais, mas toda a população. Uma das alternativas poderia ser devolver a saúde indígena para o Sistema Único de Saúde (SUS), envolvendo uma política que respeitasse a imensa sociodiversidade indígena.

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