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Saúde indígena

Folha Web - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Vaneza Targino
15 de Jul de 2011

A transição e implantação da Secretaria Especial de Atenção a Saúde Indígena (Sesai), criada pelo Ministério da Saúde (MS), deve receber três integrantes indígenas das etnias Yanomami e Ye'kuana para acompanhar e fiscalizar o desenvolvimento das ações no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y). A população Yanomami e Ye'kuana é de 19.850 índios.

Os indígenas se reuniram numa recente assembleia na área indígena Yanomami sobre a criação do cargo de assessoria técnica. Dário Kopenawa, coordenador de Saúde da Hutukara Associação Yanomami, apresentou a proposta de criação de uma assessoria indígena dentro do DSEI-Y como parte do processo de transição da Fundação Nacional de Saúde (Funas) para a Sesai.

Para ele, será uma forma de os indígenas acompanharem e conhecerem melhor a administração do Distrito e também para fiscalizar o trabalho, em especial quanto à aplicação de recursos e prestação de contas.

O vice-presidente da Hutukara, Maurício Tomé Ye´kuana, disse que sugestão dos cargos a serem ocupados por indígenas também faz parte de uma demanda do próprio presidente nacional da Sesai, Antônio Alves. "No caso são três vagas e já escolhemos quatro indígenas, sendo três Yanomami e um Ye'kuana", revelou ao ressaltar a importância de fiscalizar de perto as ações da Sesai.

"Dessa forma haverá mais transparência no desenvolvimento das ações dentro dos Distritos Sanitários. Apoiamos essa iniciativa para ter esses representantes que irão fiscalizar e acompanhar todas as demandas", disse, ao reforçar que dos quatro índios escolhidos pelos conselhos indígenas, três serão selecionados.

Quanto à contratação dos assessores indígenas, Maurício justificou que a previsão é para dezembro, prazo que encerra os contratos e abre prazo para novas contratações, pois os cargos são remunerados.

"Essa iniciativa é louvável e acreditamos que dessa forma poderemos repassar com maior precisão as demandas, decisões e fiscalizar as ações para que próprio índio repasse ao nosso povo o que vem ocorrendo. Os conselheiros são indígenas e não falam a língua portuguesa e a atuação dos índios deve facilitar essa compreensão e entendimento, são jovens e falam as duas línguas", analisou.

Atualmente são 32 conselheiros dentro das comunidades Yanomami e Ye'kuana. Mauricio lembrou ainda que os indígenas, que ocuparão as vagas de assessor técnico, terão mais visibilidade das ações desenvolvidas dentro do DSEI-Y. "Os conselheiros indígenas poderão explicar com maior precisão as questões administrativas que são desenvolvidas. Aqui na cidade é muito diferente das coisas da floresta".

A chefe do DSEI-Y, Joana Claudete, não foi localizada pela Folha para explicar a função de assessor técnico indígena, no qual a Hutukara pleiteia dentro da Sesai.

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