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Saúde afasta oito suspeitos de superfaturar contratos

FSP, Poder, p. A7
13 de Mar de 2014

Saúde afasta oito suspeitos de superfaturar contratos
Entre eles está um dos diretores de secretaria de atendimento a indígenas
Segundo ministério, valor pago por aluguel de veículos chega a variar 100% de uma localidade para outra

De Brasília

O Ministério da Saúde anunciou ontem o afastamento de oito servidores suspeitos de envolvimento em contratações superfaturadas de veículos para trabalhos na área de saúde indígena.
Entre os afastados está Fernando Rodrigues Rocha, ex-diretor do departamento de gestão da secretaria responsável pela saúde indígena.
Rocha atuava na área desde 2003, primeiro na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e depois na pasta.
De acordo com o ministério, houve diferenças "marcantes" nos valores dos contratos de locação. Em alguns casos, a variação chegou a até 100% no valor dos veículos alugados.
"Análise realizada pelo controle interno desde o começo do ano identificou diferenças marcantes entre os modelos e os valores dos contratos com finalidades semelhantes. Como cabia ao diretor supervisionar a prestação destes serviços, a decisão foi pela sua substituição", afirmou a pasta, em nota divulgada ontem.
Rocha não foi localizado pela reportagem.
Como a Folha revelou, o Ministério da Saúde gastou irregularmente R$ 6,5 milhões destinados a comunidades indígenas entre 2010 e 2012, segundo a CGU (Controladoria-Geral da União).
Remédios comprados para o setor de saúde indígena custaram até 8.691% mais que outras aquisições feitas pela pasta.
AUDITORIA
Em nota divulgada ontem, o Ministério informou que está auditando, junto com a CGU, os contratos de alimentação, locação de veículos e transporte aéreo firmados pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
Afirmou também que o trabalho, iniciado no mês passado, ainda não foi concluído.
A auditoria começou a ser feita depois que a pasta detectou uma "oscilação expressiva" entre os valores pagos no aluguel de veículos nesses distritos.
No caso do aluguel de caminhonetes, enquanto o distrito de Rondônia desembolsava R$ 10.558,33 para usar cada veículo, Cuiabá pagava R$ 20.500,73.
As vans alugadas na Bahia custaram R$ 20.220,00, enquanto em Mato Grosso o mesmo veículo foi locado por R$ 25.302,33.
Na Bahia, o ministério identificou uma "falha" no contrato, que deveria ter duração de um ano, mas foi firmado por dois anos.
"O Ministério da Saúde aguarda a conclusão das auditorias para identificar se houve envolvimento ou falhas de servidores públicos. Em casos comprovados de irregularidades, serão abertos processos administrativos para apurar as responsabilidades dos envolvidos", afirmou a pasta na nota.
Ainda segundo o ministério, os contratos serão mantidos durante a auditoria, mas os custos serão renegociados.
(Filipe Coutinho, Fernanda Odilla, Aguirre Talento)

FSP, 13/03/2014, Poder, p. A7

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/156142-saude-afasta-oito-suspeit…

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