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São Paulo faz 1º leilão de créditos de carbono

OESP, Vida, p. A26
14 de Jul de 2007

São Paulo faz 1o leilão de créditos de carbono
800 mil certificados foram obtidos pela captura de metano em aterro

Herton Escobar

A Prefeitura de São Paulo vai realizar em dois meses o primeiro leilão público do País para venda de créditos de carbono. A minuta do edital foi aberta anteontem para consulta pública na internet. Cerca de 800 mil certificados deverão ser lançados no mercado, cada um equivalente a 1 tonelada de carbono que deixou de ser lançada na atmosfera.

A Secretaria de Finanças da Prefeitura espera arrecadar cerca de R$ 30 milhões com o leilão, que será realizado pela Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo no início de setembro. "Esperamos que não faltem compradores", disse o secretário-adjunto de Finanças, Walter Aluísio Morais Rodrigues. "Já estamos sendo muito procurados por interessados."

Os créditos foram obtidos com o aproveitamento do gás metano produzido pela decomposição do lixo no aterro Bandeirantes, em Perus, zona norte da cidade. O depósito, lotado, praticamente não recebe mais dejetos desde março. Porém, as milhares de toneladas de matéria orgânica soterradas continuarão a emitir metano por muitos anos.

O metano é um dos principais gases do efeito estufa e o segundo mais importante no processo de aquecimento global, depois do dióxido de carbono (CO2). Desde o início de 2004, em parceria com a empresa Biogás Energia Ambiental, a Prefeitura passou a fazer a captação, queima e aproveitamento do gás para produção de energia.

Cada tonelada de metano que deixa de ser jogada na atmosfera vale um "crédito de carbono", que pode ser comprado por países desenvolvidos para atingir suas metas de redução de emissões no Protocolo de Kyoto.

Os créditos do Bandeirantes são divididos meio a meio entre Prefeitura e Biogás. No ano passado, a empresa vendeu 1 milhão de seus créditos para o banco alemão KFW. Agora, é a vez de a cidade negociar os seus. "Achamos que o leilão seria a maneira mais transparente e segura de fazer isso", disse a secretária-adjunta de Governo da Prefeitura, Stela Goldenstein.

Todo o dinheiro arrecadado será revertido para projetos sociais e ambientais nos bairros de entorno do aterro. "Finalmente, essas comunidades terão uma contrapartida, depois de décadas recebendo o lixo da cidade inteira", disse o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge.

Vaticano

A Santa Sé aderiu a um projeto de reflorestamento na Hungria para compensar as emissões de CO2 geradas neste ano em seu território, de 0,44 km2. O alvo será o Parque Nacional Bükk, com 43.200 hectares. Uma seção inteira será reflorestada e batizada de Floresta Ambiental do Vaticano.

OESP, 14/07/2007, Vida, p. A26

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