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São Paulo abriga perto de 300 espécies de aves

OESP, Vida, p. A19
05 de Out de 2007

São Paulo abriga perto de 300 espécies de aves
Pássaros vivem entre as florestas do entorno e o concreto da cidade

Ricardo Westin

Apesar de tanto concreto e tanta poluição, São Paulo abriga uma diversidade imensa de pássaros. Segundo o último levantamento da Prefeitura, concluído em 2005, vivem na capital paulista 284 espécies de aves.

Os pássaros são o tipo de animal mais encontrado em São Paulo. Respondem por 65% de todas as espécies animais da cidade.

"É um número surpreendentemente grande", diz a bióloga Anelisa Magalhães, da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente.

Grande parte das espécies concentra-se nas áreas florestais da cidade. São aves que não se atrevem a entrar nas regiões urbanizadas, como a papa-taoca-do-sul e o limpa-folhas.

Outras espécies habitam jardins, campos, pastagens, bordas de matas e regiões de rios e lagos. E há aquelas adaptadas à cidade, como o pombo e o pardal, que fazem ninhos em prédios e postes.

Para o observador de aves Luiz Fernando de Andrade Figueiredo, membro da ONG Centro de Estudos Ornitológicos, São Paulo abriga tantos pássaros principalmente em razão de ter muitas áreas arborizadas (como o Parque do Ibirapuera e a Cidade Universitária) e estar cercada por florestas (como as da Serra da Cantareira e da Serra do Mar).

"Essa área verde permite que as aves colonizem a cidade", diz.

Segundo a Secretaria de Verde e Meio Ambiente, a lista brevemente terá novas espécies. Pássaros que nunca haviam sido vistos em São Paulo foram encontrados recentemente na cidade pela primeira vez, como dois marrecos e uma garça no Parque Ecológico do Tietê e um mergulhão na Represa de Guarapiranga.

O inverso também ocorre. Perdizes, codornas e jacutingas, por exemplo, que eram facilmente encontradas na São Paulo do século 19, agora não passam de peças do Museu de Zoologia da USP.

Um dos motivos para o crescente registro de aves é, na opinião de especialistas, o número maior de pessoas - profissionais ou não - que se dedicam à observação de pássaros.

Além do binóculo e da câmera fotográfica, outro acessório fundamental para os observadores é o guia de campo, um livro ilustrado que ajuda no reconhecimento das espécies. No dia 15, será lançado o livro Guia de Campo - Aves do Brasil Oriental (ed. Avis Brasilis).

Hoje se comemora o Dia da Ave. No País, a data foi instituída por um decreto presidencial de 1968. Um dos responsáveis por isso foi o ornitólogo paulistano Johan Dalgas Frisch, pioneiro no registro do canto das aves brasileiras. "A luta é para que os pássaros voltem para as cidades. E isso não é difícil. Se plantarmos pitangueiras, jabuticabeiras e amoreiras, os sabiás virão cantar nas nossas janelas", afirma ele.

OESP, 05/10/2007, Vida, p. A19

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