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Saneamento chega às áreas indígenas e dos quilombolas

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
16 de Ago de 2004

Sem condições básicas de saneamento, o ser humano está exposto a algumas das mais perigosas doenças. Nas cidades brasileiras com mais de 30 mil habitantes, a cobertura de abastecimento de água chega a 83,7%, número considerado satisfatório pelas autoridades de saúde. Por outro lado, nas áreas rurais os dados mudam radicalmente: esse mesmo índice não ultrapassa os 18% e a média de cobertura de sistemas de coleta de esgoto fica abaixo dos 3,31%. Para reverter esse quadro e oferecer mais qualidade de vida a populações carentes desses benefícios, o Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), praticamente dobrou os recursos para saneamento este ano. Os investimentos subiram de R$ 540 milhões para R$ 1 bilhão. A Funasa está priorizando assentamentos, comunidades remanescentes de quilombos, reservas extrativistas e áreas indígenas.

Ações de saneamento são armas eficazes para reduzir a incidência de doenças. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a melhoria no abastecimento de água e a destinação adequada dos dejetos sólidos evitam 80% dos casos de febre tifóide e reduzem de 60% a 70% os casos de tracoma e esquistossomose e de 40% a 50% os casos de desinteria, amebíase, gastroenterites, infecções cutâneas e outras doenças.

A precariedade sanitária das áreas carentes se reflete inevitavelmente no quadro epidemiológico, principalmente em municípios das regiões Norte e Nordeste. "A falta de saneamento propicia o aparecimento de doenças como dengue, esquistossomose, malária, leptospirose, verminoses, hepatites e diarréias", explica a diretora de Engenharia de Saúde Pública da Funasa, Kátia Regina Ern.

O programa de Saneamento em Áreas Especiais atende à proposta da Funasa de investir em localidades bastante necessitadas de itens como água potável, esgotamento e banheiros. Cinqüenta comunidades do Brasil inteiro estão sendo beneficiadas. Essa açãotem orçamento de R$ 20 milhões para este ano e alguns dos seus projetos são desenvolvidos em parceria com outros órgãos do Governo.

As comunidades remanescentes de quilombos como a de Cavalcante, em Goiás, são um dos alvos da ação de Saneamento em Áreas Especiais. "Uma característica marcante dos quilombos era que os escravos fugiam para áreas de difícil acesso e isso se mantém até hoje", diz Kátia Ern. Ela explica que o acesso complicado acaba dificultando as obras sanitárias.

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