Salinópolis ganha Unidade de Conservação Ambiental

Parte da Ilha do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste do Estado, será transformada em uma Unidade de Conservação Ambiental, como forma de evitar o avanço da degradação da natureza e preservar para gerações futuras as características do local.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Chaley Carneiro, a ação será um divisor de águas para Salinópolis. Além da Unidade de Conservação, ele citou a implantação do curso de Engenharia de Produção de Petróleo e Gás da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o início das pesquisas de oceanografia em alto-mar. "Temos que aproveitar agora que as atenções estão voltadas para o Atalaia e tirar proveito para desenvolvermos. Além da UFPA, já existem projetos para construção de uma orla e de um estacionamento, e a implantação de um sistema de água e esgoto. Para nós, a criação da Unidade de Conservação marca o início de tudo isso", observou.

O presidente da Associação dos Barraqueiros da Praia do Atalaia, Kleio Silva, avaliou positivamente a iniciativa e projetou melhorias para o Atalaia. Para ele, a unidade trará mais segurança para todos, tanto para os trabalhadores quanto para os banhistas. "A partir do momento em que vai existir uma fiscalização maior de toda aquela área, principalmente nas dunas e no caminho para o Lago da Coca-Cola, já melhora para o turismo. Quem vem se sentirá mais seguro, porque hoje existe muito assalto. E se melhora para o turismo, melhora pra gente, porque vivemos de feriados e alta temporada", disse.

Desenvolvimento

Com a criação da Unidade de Conservação e elaboração do Plano de Manejo Sustentável da Ilha do Atalaia, a intenção é que novas oportunidades de emprego e renda sejam efetivadas na região, principalmente no turismo, que hoje é responsável por praticamente toda a movimentação no município. Glenda Castro Alves, presidente de uma de uma entidade que congrega 30 empresas de Salinas, estima que pelo menos 100 novos empregos diretos serão criados. "Ganhamos a opção de fazer roteiros ecológicos, o que é impossível hoje em dia devido à falta de ornamento e insegurança na área", observou.

Denominada 'Monumento Natural Atalaia', a Unidade de Conservação abrigará dunas, restingas, manguezais, lagos, furos e praias, atingindo uma extensão de 256,10 hectares, sendo que parte deste território está no limite com a Praia do Atalaia. A unidade, entretanto, não interferirá na infraestrutura já existente no balneário, como é o caso das cerca de 100 barracas já instaladas na praia, explicou o diretor de Áreas Protegidas da Sema, Crisomar Lobato. Projetos para o incremento do balneário que já estão sendo viabilizados, como a construção de um estacionamento e de uma orla, também estão em consonância com a área demarcada.

Com a aprovação do projeto pela população, agora, a equipe da Sema irá elaborar uma minuta de projeto de decreto com justificativas técnicas e todas as observações feitas pelos participantes durante a Consulta Pública. Os documentos serão encaminhados para a Consultoria Geral do Estado, que é quem elabora o parecer jurídico e encaminha para o governador homologar. "A partir daí entramos com a implementação, que envolve o plano de manejo, projeto executivo, infraestrutura e demarcação física. Devemos iniciar implantação em 2015. Já a questão da gestão deve ficar para 2016", informou Crisomar.

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