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Sai atlas eletronico da mata atlantica

OESP, Geral, p.A14
27 de Mai de 2004

Sai atlas eletrônico da mata atlântica Estudo mostra municípios que mais a preservam e entre eles uma surpresa: São Paulo
ALESSANDRO GRECO
Foi lançado ontem de manhã, no Senado, o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica. Em formato eletrônico, ele permite pela primeira vez a visualização da quantidade de vegetação nativa de mata atlântica existente em 2.815 municípios de 10 dos 17 Estados que têm o bioma - Bahia, Minas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Atlas, feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), está disponível nos sites www.sosmatatlantica.org.br e www.inpe.br.
O estudo traz surpresas, como o fato de São Paulo ser a segunda capital com área mais bem preservada de mata atlântica. "Por incrível que possa parecer, São Paulo tem 21% de área preservada, principalmente na zona sul do município e um pouco na Cantareira, na zona norte.", afirmou Flávio Jorge Ponzoni, coordenador técnico do Inpe, durante coletiva ontem - a capital com melhor índice de preservação é Florianópolis, que mantém 42% da sua mata original. Entre os municípios, o campeão de preservação foi Ilhabela, no Estado de São Paulo, com 92% da vegetação da mata original preservada, mas mais de cem municípios já destruíram tudo o que tinham, ou seja, estão sem a mata nativa.
A taxa de preservação está muito ligada ao relevo da região estudada. "Os municípios mais bem preservados estão geralmente em regiões de difícil acesso", disse Mario Mantovani, diretor de Relações Institucionais da SOS Mata Atlântica.
No lançamento, ambientalistas do governo e de organizações não-governamentais entregaram também uma carta ao vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), pedindo a votação imediata do texto do projeto de lei que disciplina o uso e a preservação da mata atlântica, na forma aprovada pela Câmara, sem alterações. A proposta tramita no Senado desde dezembro, mas empacou por resistência do PFL e da bancada ruralista, que quer assegurar a indenização dos proprietários de terras atingidos pela nova regra. (Colaboraram James Allen e Cida Fontes)

OESP, 27/05/2004, p. A14

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